‘Nunca levantou o tom de voz’, diz ex-namorada de surfista morto a facadas em SP pela atual, que alega legítima defesa

Ex-namorada de Carlos Felipe Camargo da Silva, morto a facadas pela atual parceira, dá relato sobre relacionamento
Ex-namorada de Carlos Felipe Camargo da Silva, morto a facadas pela atual parceira, dá relato sobre relacionamento — Foto: Reprodução/Redes sociais

A Polícia Civil investiga o homicídio do corretor de imóveis e surfista Carlos Felipe Camargo da Silva, morto após ser esfaqueado há uma semana, em Ribeirão Preto (SP). A principal suspeita é a namorada da vítima, Brenda Caroline Pereira Xavier, que confessou o crime na última quarta-feira. Com hematomas no rosto e pescoço, ela alegou ter agido em legítima defesa.

De acordo com o delegado Rodolfo Latif Sebba, responsável pelas investigações do caso, testemunhas, inclusive ex-namorados de Brenda e de Carlos, devem ser ouvidas nos próximos dias. A polícia investiga se a suspeita era vítima de violência doméstica. Ela afirma que as agressões começaram há dois meses.

Uma das ex-namoradas do jovem deu seu relato nas redes sociais e foi contra o depoimento de Brenda. Em uma publicação no perfil da irmã de Carlos Felipe, a ex-parceira do corretor, Gabriella Cachullo, saiu em defesa do antigo namorado, alegando nunca ter visto nele qualquer traço de agressividade que pudesse justificar a suspeita de legítima defesa.

— Eu já tive um relacionamento sério com o Felipe, hoje sou casada e mãe se duas meninas, mas eu jamais poderia deixar passar algo tão cruel que está acontecendo. O tamanho da injustiça que estão fazendo. No nosso relacionamento, ele nunca foi agressivo, nunca levantou o tom de voz pra mim — começou a jovem.

A empresária, dona de uma marca de roupas, afirmou que a família e amigos de Carlos Felipe, inclusive a família dela, passam por um momento de angústia.

— Minha mãe, meu pai, minhas avós são completamente apaixonados pelo Felipe até hoje. Isso é muita injustiça, só queremos que ela seja feita para a gente poder acordar e seguir a nossa vida, porque não estamos conseguindo — desabafou Gabriella. — O Felipe não fez isso, ele jamais faria isso com mulher nenhuma. Ele é um menino doce, calmo, amável, cheio de amigas. Ele foi o homem da casa dele por muitos anos, ele cuidou da mãe dele, da tia, das duas sobrinhas e da irmã. Ele jamais faria isso — finalizou, em defesa do ex-namorado.

Nas redes sociais, a irmã de Felipe, Tauane Felicio, vem mobilizando amigos e familiares para falar sobre o caso. O grupo alega, por meio da hashtag “#JustiçaPeloFelipe”, que o jovem não teria agredido Brenda, que afirma ter agido em legítima defesa.

Um grupo de aproximadamente 100 pessoas se reuniu neste domingo, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, para pedir justiça. As imagens da manifestação foram publicadas no perfil de Tauane. A manifestação começou no bairro Samambaia e terminou na orla. Pessoas próximas ao rapaz afirmaram que o local era o favorito dele, que também era surfista.

O grupo acrescentou que planeja fazer uma nova manifestação no próximo domingo, mas desta vez em Ribeirão Preto, no local onde o jovem foi morto.

Segundo o relato do irmão de Carlos à polícia, na noite do dia 3, o corretor foi até a casa em que moram a mãe e o irmão com seus pertences e pediu para voltar a morar lá. Em seguida, a namorada da vítima também chegou à casa e, do lado de fora, conversaram por cerca de 10 minutos. Depois da conversa, ele teria voltado com a mulher para a casa onde viviam.

O irmão também informou à Polícia Civil que, horas após o casal ir embora, recebeu uma ligação da mãe da suspeita, afirmando que o corretor teria sofrido um acidente e falecido, mas sem explicar o motivo da morte. Ao chegar à UPA Norte, para onde a vítima foi levada, o irmão da vítima foi informado que ele havia sido esfaqueado.

Durante o depoimento de Brenda à polícia, ela informou ter desferido três golpes de faca contra o namorado na região do abdômen, mas, de acordo com o delegado, a vítima foi atingida por ao menos nove golpes. Segundo a perícia, além de o homem ter sido golpeado na região do abdômen, houve perfurações no pescoço, peito e face. A faca que teria sido utilizada por Brenda não foi encontrada.

Fonte: O Globo

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