Número de mães jovens cai no país, enquanto mulheres que têm filhos a partir dos 30 anos já representam quase 40% do total

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Imagem ilustrativa — Foto: Divulgação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (27), a última Pesquisa de Estatísticas do Registro Civil, referente ao ano de 2022 e 1º trimestre de 2023, que mostra, entre diversos outros pontos, que houve uma queda importante nos últimos 12 anos em relação ao número de mulheres que se tornam mães jovens — com 20 anos ou menos.

O estudo destaca que, em 2000, 21% das mães que registraram seus filhos recém-nascidos tinham 20 anos ou menos. Em 2010, esse número já caiu para 18,5%; na última pesquisa, que diz respeito ao ano de 2022, o percentual apresentado já cai para apenas 12% do total. E a tendência também vem diminuindo entre as mães de 20 a 29 anos: elas ainda representam a maioria, mas se eram 54,5% do total em 2000, esse número caiu para 49%. Em contrapartida, mães com 30 anos ou mais hoje representam quase 40% do total. De 22% em 2000, as mulheres de 30 a 39 anos passaram a representar 34,5% em 2022; as com 40 anos ou mais subiram, no mesmo período, de 2% para 4%.

A pesquisa mostra que, em 2022, ao todo 2.542.298 nascimentos foram registrados no Brasil — 93,5 mil a menos que em 2021 (-3,5%) e 308 mil registros abaixo da média anual registrada entre 2010 a 2019, de 2.850.430 (-10,8%). Todas as cinco regiões do país apresentaram queda de natalidade no período, com destaque para o Nordeste (-6,7%), Norte (-3,8%) e Sudeste (-2,6%). Paraíba, Maranhão, Sergipe e Rio Grande do Norte puxam a fila, enquanto São Paulo foi disparado o estado em que mais crianças foram registradas: 512.611 (20% do total). A gerente de pesquisa do IBGE, Klivia Brayner de Oliveira, explica que a queda de nascimentos é uma tendência histórica, que vem desde os anos 1970, quando o estudo começou a ser feito.

— Entendo que a nossa pesquisa retrata as mudanças na sociedade, de valores e comportamento. A queda no número de nascimentos, número de filhos por família, são dados que só confirmam tendências que a gente já observa, como por exemplo o empoderamento da mulher, que, já há anos, passa a estudar, entrar no mercado de trabalho, a ter maior aceitação ao não priorizar filhos e casamento — analisa. — Nós observamos um fenômeno de menos pessoas querendo ter filhos, são números que vêm diminuindo ano a ano, com uma oscilação ou outra, desde os anos 1970. E, naquela época, os números ainda eram bem subnotificados, já que muitas crianças não eram registradas. Hoje em dia, essa base de dados já retrata com bastante precisão o número de bebês que nasceram no país.

O estudo, destacam os pesquisadores, serve como um importante instrumento de acompanhamento da evolução populacional brasileira, possível parâmetro para estratégias de implementação de políticas públicas e, também, como um retrato aprofundado das mudanças nos aspectos sociais ao longo dos anos. São levantadas informações sobre nascimentos, casamentos civis, divórcios e mortes.

Fonte: O Globo

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