Museu do Seridó promove formação sobre educação antirracista

O Museu do Seridó (MDS), vinculado ao Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres/UFRN), promove um curso para dialogar aspectos ligados aos direitos humanos, sociabilidades e educação baseados em princípios étnico-raciais. A iniciativa acontece entre os meses de abril e novembro e é resultado de uma parceria com a Associação de Irmandade dos Negros do Rosário de Caicó. 

O diretor da Associação Comunitária e Cultural dos Homens Pretos, Pedro Cavalcante, dando boas-vindas aos participantes. Foto: Allan Vinicius Dantas Souza.

A formação é dividida em módulos, cada um com uma temática a ser debatida. Nos dias 11 e 12 deste mês foi realizado o primeiro módulo, intitulado Relações sociais e convivência: o que eu tenho a ver com isso?, tendo como ministrante o ator caicoense Alexandre Muniz. Durante o encontro, que contou com a presença de mais de 40 participantes, foi realizada ainda a entrega de kits pedagógicos para serem usados em cada reunião.

A diretora do MDS e coordenadora da ação, Vanessa Spinosa, explica que, desde dezembro de 2022, ficou decidido realizar uma exposição sobre a Irmandade, prevista para outubro de 2023. “Queríamos contribuir com a comunidade para além da exposição, trazendo os projetos educativos propostos pela Universidade. Em primeiro momento, ouvimos a comunidade e, a partir das lideranças da Irmandade dos Negros do Rosário de Caicó, percebemos a existência de muitas demandas, por isso sistematizamos esse curso”, comenta. 

O intuito do projeto é poder contribuir para a valorização da Irmandade do Rosário no município, além de estimular jovens e adultos a terem uma postura antirracista e a se apropriarem do potencial cultural, material e imaterial de suas manifestações artístico-culturais.

Vanessa Spinosa dialogando com os participantes. Foto: Tiago Tavares e Silva.

As atividades realizadas durante o curso buscam também promover uma ação educativa entre a Universidade e a comunidade organizada na Associação dos Negros do Rosário de Caicó. Para Vanessa Spinosa, é necessário estimular reflexões sobre relações sociais, étnico-raciais e dos direitos humanos, além do desenvolvimento da consciência sobre o legado da Irmandade para o patrimônio cultural potiguar.

O projeto não é oferecido exclusivamente por docentes do Ceres ou do MDS. A professora explica que há parceiros como a OAB de Caicó, o Sesc e o Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDHMD/UFRN), que irão debater outros assuntos com os integrantes. “As próprias lideranças da Irmandade terão um dia para ministrar a formação, visto que é um patrimônio cultural importantíssimo em História, além de demandas sociais que temos aqui no Seridó”, afirma Vanessa Spinosa.

Os momentos de cada encontro serão divulgados na página do Instagram do MDS.

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