Mulher usa cordel para homenagear mãe lavadeira e marido gari em formatura no RN

Mulher homenageou a mãe lavadeira e marido gari — Foto: Reprodução
Potiguar usa cordel para homenagear família durante formatura no RNMulher homenageou a mãe lavadeira e marido gari — Foto: Reprodução

Uma formanda do curso de farmácia usou o cordel para homenagear a mãe lavadeira (ou lavandeira, termo também aceito) e o marido gari durante a formatura dela em Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do Norte. A atitude emocionou a família e amigos, e o registro em vídeo viralizou nas redes sociais (veja reportagem).

A homenagem ocorreu durante a tradicional descida das escadas na festa de formatura. Ao invés de escolher uma música, Nayra Souza preferiu passar pelo momento com um cordel que havia escrito e gravado. Na descida, ela usou um boné de gari e uma trouxa de roupas, símbolos das profissões do marido e da mãe.

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“Eu pensei que morro de vergonha. Como que ia descer dançando igual às outras pessoas? E não ia ter sentido, não ia ser a minha história”, contou.

Nayra é a primeira dos quatro filhos da lavadeira Maria Antônia a se formar em um curso superior. “Ela via meu sofrimento, lavando roupa, vendendo frutas”, lembrou a mãe.

Segundo Nayra, a mãe não deixou que ela trabalhasse quando era mais nova para evitar que desviasse o foco dos estudos.

“Como a gente é humilde, o que a gente tem que buscar é o estudo, o conhecimento. Então era algo que ela estava me proporcionando. Ela não deixava que eu trabalhasse. Ela queria que eu dedicasse meu tempo aos estudos, pra que eu hoje chegasse a realizar esse sonho”, falou.

Ao conquistar o diploma, a nova farmacêutica realizou um sonho dela, da mãe e também do marido, Francisco Oziel, que trabalha atualmente como gari.

“Eu não tive oportunidades. Minha vida foi trabalhar na roça. Por isso fico muito feliz por ela ter conseguido terminar”, disse.

Mãe de duas filhas, Nayra disse que também contou com a ajuda de amigos do curso para conseguir se formar. Apenas o trajeto da casa dela para a universidade durava cerca de 1 hora no transporte público.

“Vim de uma família muito humilde, mas nunca deixei de sonhar”, disse.

Fonte: G1 RN

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