Mulher é presa após fazer crítica de extrato de tomate na internet, na Nigéria

Mulher pode pegar até sete anos de prisão se for condenada por críticas de extrato de tomate na internet, na Nigéria
Mulher pode pegar até sete anos de prisão se for condenada por críticas de extrato de tomate na internet, na Nigéria — Foto: Reprodução/Facebook

Uma empresária de Lagos, na Nigéria, foi presa depois de fazer uma avaliação negativa sobre um extrato de tomate em um site. Em setembro passado, Chioma Okoli, de 39 anos, contou para seus 18 mil seguidores em uma publicação no Facebook que havia comprado um produto alternativo ao que era habituada a usar, mas que a escolha foi ruim, pois ele era ‘doce demais’.

A postagem de Okoli mostrava uma lata aberta de Nagiko Tomato Mix, que é produzido pela empresa nigeriana Erisco Foods Limited. A atitude, no entanto, gerou revolta de apoiadores e da marca, que decidiu processar Okoli por ‘alegações maliciosas’.

Um dos perfis criticou a publicação e disse que ela poderia ter feito a reclamação por outros meios: “Pare de estragar o produto do meu irmão. Se não gostar, use outro, mas não leve para as redes sociais. Ligue para o atendimento ao cliente”.

Na parte de respostas, Okoli rebateu: “Ajude-me a aconselhar seu irmão a parar de matar pessoas com o produto dele, ontem foi a primeira vez que usei e é puro açúcar”.

Uma semana depois, em 24 de setembro, ela foi presa. Se for condenada, ela pode pegar até sete anos de prisão.

De acordo com a CNN, neste mês, a Força Policial da Nigéria alegou que teria provas de que Okoli supostamente promoveu ataques e “instigou pessoas contra a Erisco Foods”. As investigações seguem em andamento.

O caso gerou controvérsia entre aqueles que a criticam e os que defendem Okoli. Eles argumentam que ‘há uma perseguição contra a mulher que apenas exerceu seu direito à liberdade de expressão’.

Em janeiro deste ano, a empresa alegou foi prejudicada pela publicação da mulher, visto que parceiros comerciais e fornecedores teriam rompido contratos depois do ocorrido. A Erisco Foods então apresentou uma ação em que pede indenização de 5 mil milhões de nairas (mais de 3 milhões de dólares) pelos danos. Segundo a CNN, o caso deverá ser julgado em 20 de maio.

Okoli contou à publicação americana que foi presa pela polícia enquanto estava em uma igreja em Lagos, e que ficou em uma cela com condições ruins.

“Fui colocada na cela por volta das 18h (dia 24 de setembro). Não havia lugares, então fiquei até o dia seguinte. Minhas pernas estavam dentro da água (que vazava do telhado). Às vezes, eu me agachava para reduzir a pressão nas pernas. Eu estava pensando nos meus filhos que estavam em casa. Eu falava sozinha, pensava, rezava, estava confusa”, disse ela à CNN.

No dia seguinte, ela foi levada para a capital Abuja e ficou presa até ser liberada, mediante pagamento de fiança.

Fonte: O Globo

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