MST se retira de área da Embrapa em Petrolina (PE) que gerou críticas de Lula

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupou na manhã do último sábado (22) uma área da Embrapa Semiárido na zona rural de Petrolina, em Pernambuco, onde cerca de 600 famílias estavam acampadas. A ocupação da área gerou críticas ao movimento não apenas por setores do bolsonaristas que constantemente querem caracterizar a luta pela Reforma Agrária como terrorismo, mas do próprio governo Lula (PT), que avaliou a ocupação negativamente.

O governo estaria preocupado com uma possível crise desencadeada pelas novas ocupações do MST, sobretudo com setores ligados ao agronegócio. Também existe a avaliação de que desagradar o setor neste nível seria um empecilho a mais para o desenvolvimento dos diálogos com o Congresso Nacional.

A ocupação começou uma semana antes de ser retirada e faz parte do contexto do Abril Vermelho, um chamado do MST para a retomada das ocupações de áreas improdutivas. No caso deste terreno em Petrolina, os trabalhadores migraram de um acampamento vizinho e ocuparam a área enquanto aguardavam por novos assentamentos prometidos pelo governo Lula sejam entregues.

Na última quinta-feira (20) em reunião entre lideranças do movimento, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ficou decidida a desocupação da área. Em troca, foi combinada a compra de 5 propriedades na região para estabelecer as famílias que estavam acampadas e a entrega de cestas básicas enquanto o grupo aguarda pelas novas terras. O MST tem esperança de que o acordo será cumprido. Uma ordem de reintegração de posse chegou a ser determinada, mas o MST afirma que saiu do local por conta da negociação.

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