Mossoró: fugitivos passarão por audiência de custódia nesta sexta

Chegada dos fugitivos de Mossoró, presos, à sede da PF em Marabá; eles foram levados para o Rio Grande do Norte na madrugada desta sexta-feira (5) -  (crédito: Divulgação/PRF)
Chegada dos fugitivos de Mossoró, presos, à sede da PF em Marabá; eles foram levados para o Rio Grande do Norte na madrugada desta sexta-feira (5) - (crédito: Divulgação/PRF)

Os criminosos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, e recapturados na quinta-feira (4/4), chegaram na madrugada desta sexta (5/4), no Rio Grande Norte, para voltar a cumprirem a pena. Ainda hoje, eles devem passar por audiência de custódia, no próprio presídio de Mossoró, onde um juiz federal ouvirá os argumentos da dupla e decidirá se mantém ou revoga a detenção.

Segundo o Ministério da Justiça, a segurança do presídio foi reforçada. Os dois ficarão em celas separadas e sob constante monitoramento. Após a recaptura, a dupla ficou em silêncio durante depoimento à Polícia Federal. Eles deixaram a delegacia de Marabá (PA) na noite de ontem e foram encaminhados até o aeroporto do município.

Após o desembarque, a dupla seguiu para o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), onde fizeram exames de corpo de delito.

Mudança na direção

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu definitivamente na quinta-feira o então diretor do presídio federal de Mossoró, Humberto Gleydson Fontinele. Ele estava afastado desde a fuga de Deibson e Rogério.

Essa foi a primeira fuga registrada em uma penitenciária nacional. A demissão deverá ser oficializada no Diário Oficial desta sexta-feira (5/4). No lugar de Fontinele, havia sido nomeado o policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires, como diretor interino. Ele atuava como coordenador-geral de Classificação e Remoção de Presos, em Brasília.

Por conta da fuga, a corregedora do sistema prisional também afastou, em 20 de março, quatro diretores responsáveis pelas áreas de segurança, inteligência e administração da prisão.

Fugitivos

Os detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça foram recapturados em uma força-tarefa conjunta da polícia em Marabá. A dupla escapou das grades em 14 de janeiro, sendo essa a primeira fuga registrada em um presídio federal, desde a sua criação, em 2006.

Os criminosos saíram do Rio Grande do Norte e cruzaram pelo menos outros três estados — Ceará, Piauí e Maranhão — até serem encontrados na cidade paraense. As buscas envolveram helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens, incluindo a Força Nacional, da PF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), das polícias Civil e Militar.

Segundo o inquérito, eles estavam recebendo auxílio de uma rede de apoio mobilizada pelo Comando Vermelho, facção criminosa a qual eles são filiados.

Buraco em cela

A dupla fugiu após abrir passagem no teto por um buraco atrás de uma luminária. Eles cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra que ocorria no local para escapar. Os dois teriam ficado ao menos 30 dias sem revista nas celas e a falta de fiscalização possibilitou que eles utilizassem os objetos para sair.

Os fugitivos respondem a mais de 30 processos de homicídio, roubo, tráfico de drogas e organização criminosa e foram transferidos para Mossoró após participarem de uma rebelião em um presídio em Rio Branco (AC), que resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.

Nesta semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse não ter encontrado indícios de corrupção no caso, mas processou 10 servidores pelo ocorrido. A Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais admitiu ontem a existência de falhas na segurança e afirmou que há um relatório pronto sobre as responsabilidades dos envolvidos.

Fonte: Correio Braziliense

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