A Polícia Civil fará nesta terça-feira uma perícia com Laser Scanner 3D no local onde houve uma briga de integrantes de torcidas organizadas, em Belo Horizonte, no fim de semana. No confronto, o motoboy cruzeirense Lucas Elias Vieira, de 27 anos, morreu. Além dele, outras três pessoas ficaram feridas, duas foram baleadas e outra sofreu uma pancada na cabeça. Pela primeira vez, o aparelho será usado para mapear o local do crime e é compreendido como uma inovação nos padrões de coleta de dados em casos complexos.
A partir de uma tecnologia chamada Light Detection and Ranging (LIDAR), o scanner 3D emite feixes de laser em determinados e diferentes comprimentos. Com isso, ele consegue traduzir a distância de leitura a partir de algoritmos matemáticos e converter pontos em três dimensões, dando forma a algo como ‘uma nuvem de pontos’.
Dessa maneira, o aparelho, além de capturar as imagens e transformá-las em algo visualmente mais lúdico, oferece também uma análise aprofundada sobre as cenas de crimes. A partir de câmeras de alta resolução e sensores especializados, o dispositivo consegue apresentar detalhes que, antes, poderiam passar despercebidos aos olhos humanos.
“A utilização do Scanner 3D pela perícia criminal, nos diversos locais relacionados com crimes violentos, permitirá reconstrução, perpetuação e reprodução simulada de cenas de crimes, além de marcação dos vestígios e medições precisas, facilitando a visualização das dinâmicas e até mesmo auxiliando na busca pela autoria do fato. O escaneamento 3D possibilitará a projeção em realidade aumentada da cena do crime, podendo ser utilizada como instrumento auxiliar nas audiências, de modo a permitir o ingresso virtual no local dos fatos”, explicou o perito criminal André Godoy Campos.
Com indicações de uso variadas como padrões de sangue, impressão digital e até trajetórias balísticas, o aparelho 3D deverá ser aplicado em crimes contra a vida, de meio ambiente, engenharia legal e patrimonial.
Fonte: O Globo