Médicos da rede pública temem pressão para prescrever cloroquina

Catorze estados disseram que usam em casos graves, seis, em casos leves e a Paraíba não indica em nenhum caso

Médicos da rede pública em algumas regiões do país se dizem pressionados pela crescente recomendação para que prescrevam a cloroquina a pacientes infectados pela Covid-19. Na rede privada, a indicação pelo uso da droga também aumenta e já faz parte de protocolos de alguns planos de saúde. A pressão pelo uso do medicamento aumentou após a demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde. O ex-ministro deixou a pasta por discordar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre sua prescrição.

Segundo a Folha de S. Paulo, em resposta à influência crescente de médicos alinhados às opiniões do presidente, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) divulgou documento afirmando que a cloroquina não tem eficácia comprovada contra o coronavírus e reforçou com seus profissionais o fato de que eles não são obrigados a prescrever a droga. A SBMFC representa os médicos que atuam em 47,7 mil equipes de atenção básica no Brasil, 80% delas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O conflito entre médicos pró e contra o uso da cloroquina se acirrou principalmente nos estados onde os leitos de UTIs na rede pública estão chegando ao fim, deixando a utilização do medicamento como uma das poucas opções.

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