Matogrossense suspeito de lavar R$ 65 milhões do tráfico burlou tornozeleira eletrônica em viagens de luxo e salto de paraquedas; vídeo

Suspeito de tráfico de drogas é preso após burlar tornozeleira eletrônica para saltar de paraquedas
Suspeito de tráfico de drogas é preso após burlar tornozeleira eletrônica para saltar de paraquedas — Foto: Reprodução

Suspeito de liderar um esquema que teria lavado R$ 65 milhões do tráfico de drogas, o matogrossense Paulo Witer Farias foi preso pela Polícia Civil do MT após burlar o sistema de tornozeleira eletrônica em uma série de viagens luxuosas para Balneário Camboriú, Rio de Janeiro e Maceió entre o final do ano passado e o dia 2 de abril, quando foi detido na Operação Apito Final. Ele havia sido colocado em regime semiaberto, com o uso de tornozeleira eletrônica, em dezembro, após cumprir 15 anos de uma pena de 51 por diferentes crimes.

No dia 27 de dezembro, pouco após sair da prisão, Witer deixou a capital matogrossense e iniciou uma viagem de carro até Balneário Camboriú (SC), completada no dia 29. Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram o suspeito pulando de paraquedas e celebrando a virada de ano, enquanto o sistema de monitoramento das autoridades indicavam que ele ainda se encontrava em Cuiabá, quase dois mil quilômetros de distância. Witer retornou para a cidade no dia primeiro de janeiro.

Um vídeo divulgado pela Polícia Civil nesta quarta-feira mostra imagens das viagens de Witer. Veja abaixo:

Em março, no entanto, o suspeito voltou a viajar — desta vez, com destino ao Rio de Janeiro, onde ficou hospedado com comparsas em um hotel na orla da Barra da Tijuca. No dia 28, ele viajou para Maceió. Na capital alagoana, segundo a Polícia Civil,Witer participaria de um campeonato de futebol bancado com o dinheiro do tráfico de drogas. As investigações apontam ele como dono do time amador “Amigos WT”, criado como um mecanismo de lavagem do dinheiro do crime.

O grupo ficou hospedado em um resort de luxo na praia de Jatiúca. Segundo a Polícia Civil, os gastos com hospedagem na capital alagoana superaram os R$ 70 mil. No dia 29, as autoridades prenderam Witer e outros três investigados em Maceió. Ao ser detido, o suspeito se encontrava sem a tornozeleira eletrônica.

O quarteto foi enviado para um presídio de segurança máxima de Alagoas. Na semana passada, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira determinou as transferências de Paulo Witer e dos demais investigados para Cuiabá. Um mandado de prisão contra Witer foi cumprido, e ele sofreu regressão de regime, indo do semiaberto para o fechado.

A Operação Apito Final foi deflagrada após dois anos de investigações. Análises de registros financeiros permitiram a Polícia Civil “comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele usou comparsas, familiares e testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas”. No total, R$ 65 milhões foram movimentados pela organização criminosa.

Fonte: O Globo

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