Marina admite situação ‘das piores já vistas’ no Pantanal, e governo avalia aumento de orçamento contra queimadas

Incêndios castigam o Pantanal
Incêndios castigam o Pantanal — Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O governo estuda ampliar os recursos previstos para combater os incêndios no Pantanal, afirmou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, nesta segunda-feira. Tebet, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e o ministro Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) estiveram reunidos em Brasília nesta tarde para discutir ações de controle e enfrentamento de incêndios no bioma, que passa pelo pior semestre de queimadas da história.

Marina afirmou a jornalistas que esta é “uma das piores situações já vistas” no bioma. A ministra aponta que uma das principais causas dos incêndios no Pantanal é o manejo do fogo para pastagens.

— Na Amazônia, a estiagem leva a esforços em relação à logística e abastecimento. E, no Pantanal, tem a ver com logística e incêndio. Porque nós estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal — disse Marina nesta segunda-feira.

No domingo, viralizaram imagens das celebrações do Arraial do Banho de São João em Corumbá, no interior do estado, no momento em que ocorria um incêndio de grandes proporções na região. Após o episódio, o governo de Mato Grosso do Sul decretou, hoje, situação de emergência nos municípios afetados pelo fogo.

— Não faltarão recursos do governo federal, é claro que com responsabilidade e analisando caso a caso. Mas na próxima reunião, nesta semana, os ministérios apresentarão os custos necessários e o orçamento a mais que vai ser necessário para que possamos tomar a primeira deliberação na Junta de Execução Orçamentária — declarou a ministra do Planejamento a jornalistas após o encontro.

Segundo a ministra, a Junta de Execução Orçamentária (JEO) se reunirá na próxima quarta-feira e deverá discutir a necessidade de crédito extraordinário e qual será o valor dos recursos destinados ao enfrentamento dos incêndios. O montante, ainda não definido, servirá para o apoio na contratação de brigadistas e gastos com aeronaves e abastecimentos.

O Pantanal, assim como o Cerrado, bateu recorde e registrou, neste semestre, a pior quantidade de focos de incêndio na história, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). São 3.262 focos entre 1º de janeiro e 23 de junho, número 22 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023. Também ultrapassou os números do primeiro semestre de 2020 (2.534 focos), período que até então possuía o recorde de queimadas. Há dados desde 1988.

— Isso infelizmente é o novo normal. É fundamental parar de usar fogo para qualquer coisa. Não tem incêndio por raio, o que está acontecendo é incêndio por ação humana — disse Marina Silva.

Conforme o decreto de emergência do MS, três municípios sul-mato-grossenses estão em condições de seca severa. O documento também destaca a “situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos” na bacia do Rio Paraguai.

Eduardo Riedel (PSDB), governador de Mato Grosso do Sul, justificou a medida no fato de as condições de seca no estado terem se intensificado e acarretado em um “aumento exponencial dos focos de calor”.

O governo estadual ainda solicitou apoio do governo federal para combater os incêndios florestais no Pantanal. O Exército irá disponibilizar quatro aeronaves de grande porte, e há também a sinalização de que 50 agentes da Força Nacional serão enviados ao estado para realizar ações por terra. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também cederá três aeronaves para os trabalhos de combate ao fogo.

Fonte: O Globo

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