Manifestantes pró-Palestina e pró-Israel entram em confronto na Califórnia em meio a desocupações de universidades nos EUA

Manifestantes entraram em confronto no campus da UCLA
Manifestantes entraram em confronto no campus da UCLA — Foto: Etienne Laurent/AFP

Manifestantes pró-Palestina e um grupo de contra-manifestantes entraram em confronto, na madrugada desta quarta-feira, no campus da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles, em uma escalada de violência preocupante à medida que os protestos em solidariedade a Gaza se recrudescem ao redor dos EUA, apesar da repressão policial crescente. Ao menos três campi foram alvo de ações policiais nas últimas horas, com ordens para desocupar acampamentos — com grupos de estudantes prometendo resistir à desocupação.

Os grupos opostos entraram em confronto nas primeiras horas desta quarta, após a administração da universidade declarar o acampamento dos manifestantes pró-Palestina como uma ocupação ilegal, na noite de terça. Indivíduos trocaram socos e chutes e se agrediram usando paus, gás de pimenta e até mesmo lançando fogos de artifício contra os rivais. Tapumes de madeiras e grades, utilizadas para a delimitação do acampamento pró-Palestina também foram usados nas agressões.

Embora a UCLA tivesse uma das administrações consideradas mais brandas aos atos pró-Palestina, o campus de Los Angeles também era um dos que o ativismo pró-Israel teve maior presença ao longo das semanas de acampamento. Com os confrontos da madrugada, a reitoria da organização foi forçada a solicitar o apoio do Departamento de Polícia de Los Angeles para conter as hostilidades e auxiliar a polícia do campus.

“Horríveis atos de violência ocorreram no acampamento esta noite e imediatamente chamamos as autoridades para apoio de ajuda mútua”, disse Mary Osako, vice-reitora da universidade, em um comunicado enviado por e-mail ao New York Times, na quarta-feira. “Estamos enojados com esta violência sem sentido e ela deve acabar.”

O Departamento de Polícia de Los Angeles disse que houve “múltiplos atos de violência” dentro do grande acampamento” no campus. Em resposta a um pedido da Universidade, a polícia estava ajudando a polícia do campus e outras agências a “restaurar a ordem e manter a segurança pública”.

À medida que manifestantes — estudantes e ativistas em geral — continuam acampados para manter suas demandas de desinvestimento às universidades americanas, os responsáveis pelas instituições começam a tomar medidas que cada vez mais fazem uso de força — o que também impulsiona atos mais incisivos por parte dos grupos.

Em Columbia, mais de 100 manifestantes foram presos na terça-feira, após estudantes tomarem o prédio histórico do Hamilton Hall, em Manhattan. A reitoria do campus pediu que a Polícia de Nova York permaneça nas dependências da instituição até 17 de maio, para garantir a ordem.

Na Universidade do Arizona, forças policiais usaram produtos químicos irritantes para responder a uma “reunião ilegal” de pessoas que participam do protesto. A polícia do campus notificou todos os envolvidos no ato para que desocupem o campus, sem que seja necessária uma desocupação forçada. A ordem ainda não foi acatada.

Em Nova Orleans, na Universidade Tulane, seis pessoas foram presas em um acampamento pró-Palestina. As aulas precisaram ser realizadas em formato remoto, enquanto a polícia fez uma barricada entre os manifestantes e o resto das instalações.

Fonte: O Globo

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