Mandante da chacina de Unaí se entrega à polícia

Mandante da chacina de Unaí, Antério Mânica se entrega em Brasília
Mandante da chacina de Unaí, Antério Mânica se entrega em Brasília — Foto: Reprodução

Acusado de ser o mandante da chacina de Unaí, o fazendeiro Antério Mânica se entregou na manhã deste sábado (16) à Polícia Federal em Brasília, segundo o portal G1. Mânica é um dos condenados pelas mortes de três auditores fiscais do trabalho e um motorista, em 2004, na cidade mineira de Unaí.

Segundo a Justiça, Mânica, que também foi prefeito da cidade, é um dos mandantes do crime. A informação de que se entregou foi confirmada pela defesa de Mânica.

Além dele, também foi preso em Minas Gerais na quinta-feira (14) José Alberto de Castro, acusado de contratar os executores que mataram três auditores fiscais do trabalho e o motorista deles.

Mânica foi condenado a 64 anos de prisão, em regime fechado. Na última quarta-feira (13), o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) determinou a prisão imediata de Antério Mânica, Norberto Mânica e José Alberto de Castro e Hugo Alves Pimenta, todos condenados pelos assassinatos.

Os três foram considerados culpados pelo tribunal do júri. Eles teriam contratado os pistoleiros que assassinaram os auditores fiscais do Ministério do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e o motorista Aílton Pereira de Oliveira.

O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004 na zona rural de Unaí, na região Noroeste de Minas Gerais, enquanto os fiscais apuravam denúncias de trabalho análogo à escravidão em fazendas da região, incluindo as propriedades da família Mânica.

A pena para os fazendeiros chegou a mais de 50 anos de prisão por quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, mediante pagamento de recompensa em dinheiro e sem possibilidade de defesa das vítimas.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT) disse que a luta dos familiares das vítimas da chacina — que dura mais de 20 anos — não foi em vão. “Certamente, sem esse trabalho não teríamos chegado a esse desfecho, pois os envolvidos são pessoas de alto poder econômico, com os melhores advogados de defesa”.

Fonte: O Globo

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