Mais de 20 migrantes morrem afogados no Mar Egeu, na Turquia

Autoridades turcas descarregaram corpos de 21 migrantes, incluindo cinco crianças, que se afogaram no Mar Egeu
Autoridades turcas descarregaram corpos de 21 migrantes, incluindo cinco crianças, que se afogaram no Mar Egeu — Foto: AFP

Pelo menos 22 migrantes, incluindo sete crianças, que viajavam em um barco inflável, morreram afogados nesta sexta-feira no Mar Egeu, ao largo da costa noroeste da Turquia, anunciaram as autoridades. Segundo o governo, ao menos quatro pessoas sobreviveram ao naufrágio – duas foram resgatadas e outras duas conseguiram sair da água por conta própria. A nacionalidade das vítimas não foi divulgada.

A embarcação virou perto de Imbros, a maior ilha da Turquia, localizada perto da ilha de Lemnos, na Grécia. O governador provincial disse à agência de notícias estatal Anadolu que o naufrágio ocorreu durante a noite. Guardas costeiros foram enviados para a área para procurar outras vítimas enquanto helicópteros, drones e um avião sobrevoam a região, relataram as autoridades locais. A operação de busca e resgate também contou com o apoio de 18 barcos e 502 pessoas.

A Turquia abriga quase quatro milhões de refugiados, principalmente sírios. A maior parte dos migrantes tentam chegar às ilhas gregas a partir das costas ocidentais do país, na esperança de eventualmente alcançar nações prósperas da Europa. Muitos, porém, morrem na travessia marítima. A crise é tamanha que, em 2016, a Turquia firmou um acordo com a União Europeia para conter o número de chegadas na região em troca de assistência financeira e outros incentivos.

Na época, a parceria foi vista como polêmica e preocupante pelas Nações Unidas e outras organizações humanitárias. Segundo o acordo, a União Europeia deve devolver à Turquia todos os migrantes que desembarcarem ilegalmente nas ilhas gregas, inclusive os sírios. Para cada refugiado enviado ao território turco, um instalado no país deveria ser recebido pelas nações do bloco. O alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, chegou a questionar a legalidade da medida.

De acordo com autoridades turcas, houve um aumento nas tentativas de travessia de migrantes nas águas entre Turquia e Grécia nas últimas semanas. A Guarda Costeira do país indicou que resgatou e interceptou centenas de pessoas, incluindo crianças, que tentaram atravessar para a Grécia desde o início desta semana.

Na quarta-feira, um barco com cerca de 60 migrantes naufragou no Mediterrâneo, segundo relatos de sobreviventes resgatados pelo navio humanitário Ocean Viking. Em novembro, pelo menos cinco pessoas morreram após o barco em que elas estavam ter afundado perto da costa da província turca de Izmir, em frente às ilhas gregas de Chios e Samos.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 3.105 migrantes desapareceram no Mediterrâneo em 2023, o número mais alto desde 2017. Desde janeiro, 360 migrantes morreram ou desapareceram, de acordo com a mesma fonte.

Em relatório publicado no início de março, o Conselho Europeu de Refugiados e Exilados (ECRE) alertou para um aumento nas chegadas de migrantes às ilhas gregas, vindos da Turquia. O país abriga em seu território quase quatro milhões de refugiados, a maioria sírios, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Fonte: O Globo

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