Maioria de homens e moradores de Canoas: que são as vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul

Bairro alagado em Canoas, no Rio Grande do Sul, cidade que concentra maior número de vítimas
Bairro alagado em Canoas, no Rio Grande do Sul, cidade que concentra maior número de vítimas — Foto: Gustavo Mansur/Divulgação/Governo do Rio Grande do Sul

O corpo do aposentado Paulo Dussarrat Riter, de 76 anos, foi encontrado na Região Metropolitana de Porto Alegre, na semana passada. Vítima das enchentes sem precedentes que assolam os gaúchos, o idoso representa o perfil médio das mortes confirmadas até agora na tragédia: homem, com mais de 60 anos de idade e morador da cidade de Canoas.

Um cruzamento de informações feito pelo GLOBO com base nos nomes das vítimas divulgados pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul foi possível identificar informações sobre sexo, data e local de nascimento das 106 pessoas até agora identificadas. Desse total, são 74 homens e 32 mulheres. Outras 41 não tiveram seu nome confirmado pelo órgão.

Em relação aos municípios em que viviam, 19 eram de Canoas, 10 de Roca Sales, 9 de Cruzeiro do Sul, 9 de Caxias do Sul, 7 de São Leopoldo, 6 de Santa Maria, 6 de Eldorado do Sul, 6 de Veranópolis, 5 de Porto Alegre e o restante de outros 38 locais.

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Sobre a faixa etária, oito vítimas tinham até 17 anos, 16 pessoas tinham entre 21 e 38 anos, 23 tinham entre 40 e 59 e 56 eram idosos com mais de 60 anos — o que representa 54,9% do total de mortos.

No primeiro grupo, está a mais nova das vítimas localizada e identificada: Miguel Eduardo de Oliveira Dias, de apenas 1 ano. Ele acompanhava os pais, que trabalhavam como caseiros em um sítio próximo ao chamado Vale do Sossego, em Itaara, quando a força da correnteza derrubou a ponte que dá acesso à localidade.

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Já a mais velha a morrer foi a aposentada Catharina Rizzardo Bellé, de cem anos. Moradora de Linha Buratti, em Bento Gonçalves, ela sofreu um mal súbito enquanto era resgatada por voluntários. Ela não queria deixar a casa onde morava mesmo diante dos desmoronamentos provocados pelas fortes chuvas.

Outra idosa que também não resistiu à tragédia foi Olandina Anna Bartz, de 95 anos, cujo corpo foi encontrado por vizinhos dentro de seu imóvel, no Vale do Sol. Ela se afogou antes da chegada do Corpo de Bombeiros no alagamento causado na região.

De acordo com a Defesa Civil, nesta segunda-feira, além dos 147 mortos, também são contabilizados 127 desaparecidos e 806 feridos. O número de pessoas que tiveram que deixar suas casas, segundo o último balanço, é de 617 mil — 79,5 mil em abrigos e 538 mil desalojados (em casa de amigos e parentes).

Fonte: O Globo

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