Mãe do motorista do Porsche é apontada como coautora de ‘fuga do local do acidente’

O Porsche arremessou o Renault longe, na madrugada de São Paulo, como se fosse um míssil
O Porsche arremessou o Renault longe, na madrugada de São Paulo, como se fosse um míssil — Foto: Reprodução

A mãe do motorista do Porsche envolvido em uma batida na Zona Leste de São Paulo, no dia 31 de março, que inicialmente foi ouvida como testemunha do caso, foi apontada pela Polícia Civil como coautora do crime de fuga do local do acidente.

Após a batida, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe de Fernando Sastre de Andrade Filho, afirmou inicialmente que levaria o filho para uma unidade do Hospital São Luiz na Zona Leste. Em vez disso, foram para casa onde morava a família.

O veículo de luxo colidiu contra um Renault Sandero, matando o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. Momentos antes, o Porsche trafegava na Avenida Salim Farah Maluf a mais de 150 km/h, apontou perícia solicitada pelo Ministério Público.

O inquérito foi concluído na quinta-feira (25), com o terceiro pedido de prisão preventiva de Fernando pelos crimes de homicídio doloso com dolo eventual, lesão corporal e fuga do acidente.

Já Daniela foi apontada como coautora do crime de fuga do local de acidente. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o crime tem pena de detenção de seis meses a um ano ou pagamento de multa.

Em nota, a SSP informou que sindicância interna da Polícia Militar analisou as imagens das câmeras corporais dos agentes. A conclusão foi que houve uma falha de procedimento pelo fato de Fernando Sastre não ter sido submetido ao teste para determinar o nível de álcool no sangue.

— Foi aberto um procedimento para a responsabilização dos policiais. Os laudos da perícia e as imagens das câmeras corporais também foram entregues à Polícia Civil. Nos próximos dias será realizada uma reconstituição 3D para auxiliar no trabalho de investigação, que está na fase final. O caso está sob segredo de Justiça e detalhes serão preservados — diz nota da SSP.

O Ministério Público solicitou os dados das transações feitas nos cartões de crédito de Fernando Sastre para verificar a compra de bebidas alcoólicas nos momentos anteriores ao acidente. A promotora responsável pelo caso, Monique Ratton, afirmou que considera a medida “imprescindível” para demonstrar quem pagou elas bebidas consumidas naquela noite.

Marcus Vinicius Machado Rocha, que era passageiro no Porsche e chegou a ficar em coma após o acidente, disse que eles beberam em um restaurante e depois foram para uma casa de pôquer.

— O Marcus não soube precisar a quantidade nem que tipo de bebida consumiram — disse José Roberto Lourenço, advogado de Marcus Rocha, para O GLOBO.

— Quando eles foram para a casa de pôquer, depois disso, se sentaram em lugares separados e ele não se recorda de ter visto o Fernando consumir álcool. Na hora que eles saíram de lá, o Fernando e a namorada discutiram e o Marcus afirmou que o amigo estava um pouco alterado. Ele se prontificou a acompanhá-lo no carro e a última coisa que ele lembra é o Fernando acelerando — afirmou o advogado.

Fonte: O Globo

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