Mãe de Isabella Nardoni fala em ‘indignação’ por atividades de Anna Jatobá fora da cadeia: ‘Vida boa de luxo’

Ana Carolina Oliveira com a filha Isabella
Ana Carolina Oliveira com a filha Isabella — Foto: Reprodução

Mãe de Isabella Nardoni, a bancária Ana Carolina Oliveira, de 39 anos, expressou “indignação” com os recentes benefícios concedidos pela Justiça de São Paulo a Anna Carolina Jatobá, de 40, condenada pela morte da menina, ocorrida em 2008. Como o blog mostrou nesta segunda-feira, Jatobá, que atualmente cumpre pena em regime aberto, foi autorizada nos últimos meses a participar da formatura do filho, a passar férias no litoral paulista e até a ser madrinha em uma festa de casamento.

“Eu não tenho como não expressar minha indignação por tudo que estou passando novamente. Eu sabia que essa hora iria chegar, mas a gente nunca espera que seja tão rápido”, desabafou Ana Carolina ao GLOBO. Ela namorou Alexandre Nardoni por três anos, até o nascimento de Isabella, em 2002. Os dois se separaram quando a filha tinha apenas 11 meses.

Nardoni iniciou um relacionamento com Anna Jatobá, e era comum que Isabella passasse os fins de semana com o pai. A menina, às vésperas de completar 6 anos, estava sob os cuidados do casal quando despencou do sexto andar do apartamento. Segundo a acusação, a madrasta asfixiou a enteada antes de ser jogada da janela por Alexandre.

A dupla foi condenada no Tribunal do Júri mesmo se dizendo inocente. Ele foi sentenciado a 30 anos de prisão; ela, a 26. “Parece que foi ontem que minha filha foi assassinada. Hoje eles estão soltos; ele no regime semiaberto, e ela vivendo vida boa de luxo no aberto. (…) Fico revoltada porque ela ainda está pagando pena, mas goza dos mesmos prazeres das pessoas que nunca cometeram crimes”, lamentou a mãe de Isabella.

A pena de Anna Jatobá só termina em 2032. Desde o ano passado, porém, ela se encontra em liberdade no regime aberto, cujas regras impõem que o preso esteja em casa das 20h às 6h. Ainda assim, a Justiça permitiu exceções, como a presença na formatura do filho mais velho, fruto de uma relação anterior à com Alexandre Nardoni. “Minha filha também estaria se formando se estivesse viva. Mas eles me tiraram o direito de estar ao lado dela, vê-la crescer e ter uma profissão”, ponderou Ana Oliveira, emocionada.

A mãe de Isabella também externa revolta com uma cena registrada na semana passada. No dia 29 de fevereiro, Anna Jatobá foi até o túmulo da menina juntamente com seus dois filhos, um de 17 e outro de 19 anos, prestar uma homenagem à vítima que, de acordo com a sentença, ela ajudou a matar. A visita aconteceu três dias depois daquele que seria o aniversário de 22 anos de Isabella.

“Ela teve a capacidade e a falta de vergonha na cara de visitar o túmulo da minha filha. Como assim? Isso é uma provocação de extremo mau gosto. O cúmulo da falta de respeito com a Isabella e comigo. Isso afeta a memória da minha filha e as lembranças que tenho dela”, afirmou Ana Carolina, antes de continuar. “O cemitério é um espaço público. Qualquer pessoa pode visitar o túmulo da minha filha, ela não precisaria da minha permissão. Mas esperava que essa mulher tivesse o mínimo de bom senso e nunca fosse até lá. Mas como esperar bom senso de uma pessoa que teve a capacidade de cometer um crime desses?”, questiona.

Anna Jatobá foi ao cemitério Parque de Pinheiros participar do funeral da sogra, Maria Aparecida Alves Nardoni, de 67 anos. Ao fim do sepultamento, vestidos de preto e usando máscara de proteção, ela e os filhos foram até o túmulo de Isabella fazer uma oração rápida. Alexandre Nardoni conseguiu uma autorização da Justiça e também compareceu ao cemitério para enterrar a mãe, mas não foi até o túmulo da filha porque os policiais que fizeram a sua escolta não lhe deram permissão.

Ana Oliveira admite que tem receio de esbarrar com Anna Jatobá em espaços públicos, já que elas moram próximas e frequentam locais semelhantes. No Natal do ano passado, por exemplo, as duas estiveram no mesmo shopping com uma semana de diferença. “Hoje ela pode ir a shoppings, restaurantes, tem saído para festas, formaturas e conseguindo tudo que quer. Isso é vida de preso? Isso é vida de quem cometeu um crime tão cruel e brutal?”, pergunta a mãe de Isabela, pontuando que não saberia qual seria a reação se o encontro, de fato, se concretizasse: “Espero que esse dia nunca aconteça”.

Fonte: O Globo

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.