Lula diz que mais de 30 toneladas de alimentos não conseguem chegar a Gaza e volta a criticar Israel

Presidente Lula em evento no Palácio do Planalto.
Presidente Lula em evento no Palácio do Planalto. — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Em nova crítica ao governo de Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a população da Faixa de Gaza tem sido impedida de receber ajuda humanitária. Segundo o brasileiro, diante do conflito de israelenses com o grupo Hamas, “mais de 30 toneladas” de alimentos deixaram de ser enviados para a região.

— Não é possível continuar essa matança sem que o Conselho de Segurança da ONU pare essa guerra e permita que chegue alimento, que chegue remédio. Tem mais de 30 toneladas de alimento lá estocada para chegar e não consegue chegar — afirmou.

Ao tratar sobre a crise humanitária, Lula afirmou que é preciso que a humanidade não seja “algoritmo” e perceba que “o que está acontecendo é um verdadeiro genocídio”.

— Se alguém tinha dúvida, as últimas imagens do que aconteceu em Gaza, mostra que todos nós seres humanos não percamos o humanismo que ainda tem dentro de nós, não sejamos algortimos, sejamos seres humanos de verdade e percebamos que o que está acontecendo lá é um verdadeiro genocídio que já mtou 30 mil pessoas, das quais 80% mulheres, 8 mil crianças, além de quase 10 mil pessoas desaparecidas.

Lula ainda afirmou que acreditava que o Conselho de Segurança tinha “obrigação” de “tomar uma atitude” e abrir um corredor humanitário.

— Continuo achando que o Conselho de Segurança tem obrigação de tomar uma atitude, abrir o corredor humanitário e permitir que chegue água, comida, remédio e que as pessoas sejam tratadas

Lula deu as declarações após reunião com o primeiro-minstro da Espanha, Pedro Sánchez, após reunião no Palácio do Planalto. Na ocasião, o espanhol foi questionado se concordava com a avaliação de Lula sobre a ocorrência de um genocídio em Gaza, mas afirmou apenas que o país tem “dpuvidas razoáveis de que Israel não esteja cumprindo com o direito internacional humanitário”.

O governo de Israel bloqueou parte de uma carga de ajuda humanitária, enviada pelo Brasil, na fronteira com o Egito. O material retido é composto de purificadores portáteis. Segundo o Itamaraty, que confirmou a informação, as autoridades israelenses alegam motivo de segurança. Isso porque placas solares foram acopladas aos purificadores, para que os equipamentos possam funcionar. O uso das placas “para outros fins” foi a justificativa.

A retenção da carga brasileira foi noticiada pelo deputado italiano Ângelo Bonelli, do partido Europa Verde. Bonelli, que está na região, disse em suas redes sociais que 400 pacotes estavam na passagem de Rafah, dos quais 30 que enviados pelo Brasil.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) também disse, nessa terça-feira, que seu comboio de ajuda foi bloqueado pelo exército israelense dentro da Faixa de Gaza, sendo em seguida saqueado por “pessoas desesperadas”.

A agência da ONU afirmou que o comboio era composto por 14 caminhões com toneladas de alimentos e seguia rumo ao norte do enclave, no primeiro carregamento após a suspensão das entregas de ajuda àquela zona, em 20 de fevereiro.

— No dia do acontecimento, a primeira coisa que o Brasil fez foi condenar o ato terorista do Hamas, mas não podemos deixar de condenar atuação do governo de Israel com relação aos palestinos. Continuo achando que o Conselho de Segurança da ONU tem obrigação de tomar atitude, abrir corredor humanitário e permitir que chegue água, comida, remédio e que pessoas sejam tratadas.

A ONU estima que 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza estão à beira da fome, especialmente no norte, onde as forças israelenses bloqueiam a entrada de ajuda.

Fonte: O Globo

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