Lula critica Boeing por “roubar” engenheiros brasileiros

Lula reclamou do fato de o governo investir dinheiro na formação dos engenheiros e depois vir "alguém" para "cooptar" os profissionais; na imagem, Lula (dir.), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (centro), e o vice-presidente Alckmin (esq.)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta 6ª feira (26.abr.2024) empresas estrangeiras por “roubar” engenheiros brasileiros. A fala do petista faz referência à empresa de construção de aviões Boeing.

“Não é querer proibir alguém de trabalhar lá fora, muito pelo contrário, mas a gente precisa discutir que não é honesto vir aqui roubar os nossos engenheiros sem gastar um centavo para formá-los”, declarou Lula em evento de entrega de aviões da Embraer à Azul, em São José dos Campos (SP).

Segundo Lula, a tentativa de Boeing de comprar a Embraer não deu certo por “teve um piripaque” nos aviões da empresa. Depois disso, de acordo com o presidente, a aérea instalou um prédio no Brasil para “levar” os engenheiros brasileiros.

Durante o seu discurso, o chefe do Executivo reclamou do fato de o governo investir dinheiro na formação dos engenheiros e depois vir “alguém” para “cooptar” os profissionais.

Lula afirmou ainda que o Brasil é o “maior vendedor de seres humanos”, porque “não tem ninguém mais alegre e criativo do que o povo brasileiro”. A declaração não fazia alusão ao tráfico humano, mas, sim, aos brasileiros que deixam o país para trabalhar no exterior.

No Brasil, a Boeing já foi processada em 2022 pela Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) e pela Aiab (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil) para que parasse de contratar engenheiros da BID (Base Industrial de Defesa).

À época, as associações alegaram que essas constantes contratações colocam em risco a sobrevivência das empresas nacionais e ameaçam a soberania do país.

Em 2020, a Boeing desistiu de comprar a área de aviação comercial da Embraer. Pressionada pela crise econômica mundial provocada pela covid e por fracassos internos, como a paralisação das vendas de seu modelo 737 Max, a Boeing afirmou que o lado brasileiro não satisfez as condições necessárias para fechar o negócio avaliado em US$ 4,2 bilhões.

À época, a Embraer afirmou que a Boeing rescindiu “indevidamente” o acordo de aviação comercial. Mais cedo, a fabricante norte-americana anunciou o rompimento do negócio acusando a parte brasileira de não cumprir trechos do compromisso.

Fonte: Poder360

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