Lula abre evento com apoio à Palestina e anti-Bolsonaro

No discurso na 4ª Conferência de Cultura, presidente lembrou os ataques aos artistas que o apoiaram -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
No discurso na 4ª Conferência de Cultura, presidente lembrou os ataques aos artistas que o apoiaram - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

A abertura da 4ª edição da Conferência Nacional de Cultura, ontem, em Brasília, tornou-se um evento político no qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou dois compromissos: com o clamor pelo fim da morte de civis na Faixa de Gaza e com a punição aos golpistas que tramaram contra a normalidade democrática. Ele não apenas posou com uma bandeira da Palestina, como afirmou, em discurso, que seu antecessor, Jair Bolsonaro, “está tentando escapar” da possibilidade de ser preso.

O abraço de Lula à bandeira palestina vem dias depois de ter acusado o atual governo israelense de praticar um genocídio na Faixa de Gaza, por conta da guerra contra os terroristas do Hamas. Na sexta-feira passada, por conta da morte de 100 civis famintos que cercaram um comboio humanitário — organismos internacionais investigam se a matança foi praticada por soldados israelenses —, o presidente pediu uma moção de repúdio aos ataques, ao participar da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em São Vicente e Granadinas.

Na sequência do pedido de Lula, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma dura nota, na qual acusou o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de não ter “qualquer limite ético ou legal”.

Em relação a Bolsonaro, o presidente aproveitou o discurso para afirmar que a manifestação de 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo, foi organizada por um “cidadão que sabe que fez caca, que fez burrice, que tentou dar um golpe, que sabe que vai para a Justiça, que sabe que vai ser julgado e que, se for julgado, ele pode ser preso e está tentando escapar”.

Lula disse que existe uma indústria de mentiras e desinformações, que mente 24 horas por dia “contra tudo e contra todos”. Sem citar Bolsonaro, acrescentou que “ninguém pode viver a vida inteira contando mentira, levantando falsa acusação contra as pessoas, utilizando no nome de Deus em vão, quando nem parece que ele acredita em Deus.”

O presidente lembrou, ainda, o polêmico vídeo do ex-secretário nacional da Cultura, Roberto Alvim, em 2020, que fez um discurso sobre arte com uma postura corporal semelhante à histórica foto do ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels. Lula ainda destacou os ataques sofridos pelos artistas que declararam apoio a ele na campanha eleitoral.

“Para que não se esqueça: vivemos quatro anos sob um governo que acabou com o Ministério da Cultura. Com um presidente que coordenava ataques nas redes contra artistas como Anitta, Taís Araújo, Zélia Duncan e Daniela Mercury. Com um secretário de Cultura fazendo vídeo inspirado em nazistas. Um outro secretário de Cultura que chamava artistas de ‘criaturas imundas'”, disse, referindo-se ao ex-secretário nacional de Cultura, o hoje deputado federal Mario Frias (PL-SP).

 

Fonte: Correio Braziliense

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