Junho tende a ser o mês mais seco desde 1911 no Rio Grande do Norte

Terça-feira, 14 de Maio de 2019 /Natal/ Situação dos municípios do RN ao fim do inverno/ Gilmar Bristot, chefe do setor de meteorologia da Emparn Repórter Luiz Henrique Foto.Magnus Nascimento

Após uma quadra chuvosa 30% menor do que o esperado para o interior do Rio Grande do Norte no primeiro semestre de 2021, a unidade de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) prevê um inverno de dificuldades para as regiões do Agreste e Leste do Estado.

 
A estação começou oficialmente na última segunda-feira (21/06), e a previsão é de chuvas abaixo ou dentro da normalidade entre junho e setembro, segundo a Emparn. Caso as condições meteorológicas continuem a se comportar da mesma maneira, o mês de junho de 2021 poderá se configurar como o mais seco desde o início do monitoramento pluviométrico do Estado, em 1911.
 
De acordo com o chefe da unidade de meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, as regiões Leste e Agreste do Estado são as únicas com maior possibilidade de presença de chuvas no inverno, mas segundo ele, os indicadores apontam para chuvas dentro da normalidade ou até abaixo da média para essas localidades. De acordo com o pesquisador, há uma preocupação com relação às recargas de água das lagoas no litoral potiguar, como as lagoas do Bonfim, Extremoz, Jiqui, entre outras.
 
“Até agora, está tudo abaixo da média. Estamos esperando uma regularidade nas chuvas na última semana de junho, julho e agosto, com a ocorrência de algumas chuvas, mas nada que possa recuperar o quadro presente hoje no Litoral e no Agreste. Por isso, essa preocupação com o manancial hídrico do Leste, porque o período de recarga começa em abril”, disse Bristot.
 
Entre os meses de maio e junho, os reservatórios costumam atingir o máximo de recarga, que começa a decair em julho e agosto. “E não tivemos recarga nenhuma. Isso é uma preocupação. Se nós tivermos um mês de junho e julho dentro da média, mesmo assim a recarga vai ser inexpressiva”, completou Bristot.
 
Segundo uma previsão divulgada pela Emparn na segunda quinzena de junho, o volume médio de chuvas no Estado entre junho e setembro de 2021 deve variar de 73,0mm na região Central, a 506,5mm na região Leste. O Agreste tem previsão de volume de precipitações de 226,9mm e a região Oeste com 85,1mm.
 
O período de chuvas no litoral vai até o mês de setembro, quando já se iniciou o período seco no interior do Estado. “São os últimos meses de chuva do Estado”, explicou o meteorologista. Em agosto, chega a estação dos ventos mais fortes, com as chuvas podendo se prolongar até o início de setembro mas, depois disso, as precipitações ficam mais raras no Estado entre setembro, outubro e novembro.
 
“Para este ano, não esperávamos o mês de junho tão seco. Não tabulamos tudo ainda desse mês de junho, mas pelo que temos presenciado nos dados diários, deve ser o mês mais seco de todo o monitoramento que o Estado tem, que começou em 1911”, declarou Bristot.
 
Em relação à diminuição das temperaturas, Gilmar Bristot esclarece que a queda é mais sentida no hemisfério Sul do país, enquanto que no Rio Grande do Norte, o declínio fica limitado às regiões serranas, como Martins, São Miguel, Serra de Santana e outros.
 
“No interior, não esperamos chuvas. Pode até acontecer, mas o normal é não chover. Não tem porque não tem umidade chegando, não há ar úmido. Você não tem sistemas meteorológicos que causem instabilidade no interior do Estado. Você tem uma estabilidade. Não adianta ter umidade, condições de temperatura, se você não tem instabilidade fazer com que esse ar vá para a atmosfera, se condense e forme a chuva”, explicou o meteorologista.
 
Da Tribuna do Norte

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.