Jornalista iraniana afirma ter sofrido abuso sexual durante prisão; Justiça nega

Manifestante marcha pela avenida Istiklal, em Istambul, enquanto segura um retrato de Mahsa Amini durante ato em apoio à jovem iraniana que morreu após ser presa em Teerã
Manifestante marcha pela avenida Istiklal, em Istambul, enquanto segura um retrato de Mahsa Amini durante ato em apoio à jovem iraniana que morreu após ser presa em Teerã — Foto: Ozan KOSE / AFP

Uma jornalista iraniana afirmou ter sofrido abuso sexual durante a sua última detenção, após entrevistar o pai de Mahsa Amini, a jovem curda morta em setembro do ano passado sob custódia da polícia da moralidade. A Justiça, porém, negou as acusações nesta quinta-feira e garantiu não ter recebido qualquer queixa ou prova sobre o caso.

A repórter Nazila Maroufian, de 23 anos, tem sido repetidamente alvo das autoridades iranianas desde que publicou uma entrevista com Amjad Amini, cuja filha morreu sob custódia em 16 de setembro de 2022, provocando meses de protestos.

Maroufian afirmou que tinha sido “agredida sexualmente numa situação em que eu estava no pior estado possível” numa mensagem de áudio enviada da prisão de Evin, em Teerã, publicada pelos meios de comunicação da oposição fora do Irã. Ela também anunciou que estava em greve de fome na prisão.

Segundo o Mizan Online, o diário do poder Judiciário, “a investigação dessas acusações mostrou que ela não só não deu qualquer razão ou qualquer prova, mas também não apresentou queixa”.

Maroufian, que grupos de direitos humanos afirmam ter sido detida quatro vezes nos últimos meses, foi presa pela última vez em Teerã, em 30 de agosto.

Após a sua última libertação, a jornalista tirou o véu islâmico na rua em protesto contra o regime da República Islâmica, que impõe uma política rigorosa de vestuário às mulheres.

Fonte: O Globo

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