Jabuti veta inteligência artificial e exclui ciências da premiação

estatueta do Prêmio Jabuti
O regulamento cita a IA nos critérios que tornam livros aptos ou inaptos para serem inscritos na premiação; na imagem, estatuetas do Prêmio Jabuti

O Prêmio Jabuti vetou expressamente a participação de obras produzidas por inteligência artificial na sua 66ª edição. A premiação também deixará de considerar obras de ciências, ciências humanas e ciências sociais. As informações foram divulgadas pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) nesta 5ª feira (25.abr.2024), data em que as inscrições para o prêmio foram abertas.

O regulamento do Jabuti cita a IA nos critérios que tornam livros aptos ou inaptos para serem inscritos na premiação. Podem participar os livros que “não tenham utilizado recursos de Inteligência Artificial, com exceção dos casos cujo propósito seja de citação a título de exemplo, estudo, debate ou crítica”. Eis a íntegra do documento (PDF – 338 kB).

Em 2023, um livro foi desclassificado por utilizar o recurso tecnológico. A edição da editora Clube da Literatura Clássica de Frankenstein, da escritora Mary Shelley, chegou à semifinal da disputa pelo título de melhor ilustração, mas foi retirada porque o designer da arte, Vicente Pessoa, fez uso de IA para a criação das cerca de 50 ilustrações que estampam o livro.

Além disso, o lugar da premiação dado a obras de ciências, ciências humanas e ciências sociais foi substituído pelas categorias Saúde e Bem-Estar, Educação e Negócios. O grupo passou a ser incluído no Prêmio Jabuti Acadêmico, com inscrições abertas para a sua 1ª edição em janeiro deste ano.

Ao todo, além do Livro do Ano, o Jabuti premia outras 22 categorias em 4 diferentes eixos.

Em Literatura:

Em Não Ficção:

Em Produção Editorial:

Em Inovação:

As inscrições para o prêmio começaram nesta 5ª feira (25.abr) e poderão ser feitas até 13 de junho mediante pagamento de taxa que varia de R$ 285 a R$ 539. A data da cerimônia de entrega ainda não foi definida.

O vencedor de cada uma das categorias receberá a estatueta e o valor de R$ 5.000. O ganhador da categoria Livro do Ano terá, além da estatueta, R$ 70.000 e uma viagem para a Feira do Livro de Frankfurt com custos pagos.

Na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior, a editora brasileira vencedora, caso já seja filiada ao Projeto Brazilian Publishers, será contemplada com uma Bolsa de Apoio à Tradução, no valor de R$ 5.000, oferecida pela CBL.

A curadoria é feita por Hubert Alquerés, que assume o cargo pelo 2º ano consecutivo. Por 6 anos, coordenou a Comissão do Prêmio Jabuti na CBL. Editou autores como Ferreira Gullar e Antonio Candido.

Fonte: Poder360

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