Israel sitia mais dois hospitais em Gaza e amplia cerco a centros médicos, diz ONG

Mulher se senta entre outros palestinos no Hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza após serem feridos em entrega caótica de ajuda humanitária em meio a disparos de Israel, debandadas e atropelamentos
Mulher se senta entre outros palestinos no Hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza após serem feridos em entrega caótica de ajuda humanitária em meio a disparos de Israel, debandadas e atropelamentos — Foto: AFP

O Crescente Vermelho Palestino informou neste domingo que forças israelenses sitiaram mais dois hospitais no sul da Faixa de Gaza, dias após iniciarem um ataque ao grupo terrorista Hamas dentro e ao redor do maior centro médico do território. Após tomarem o al-Shifa, no Norte do enclave, veículos militares cercaram o Nasser e o al-Amal, no Sul, em Khan Yunis.

Bombardeios pesados e tiros ecoaram na área, também informou o Crescente Vermelho. Segundo a organização humanitária, um trabalhador voluntário do hospital foi morto por tiros israelenses no início deste domingo. Mensagens transmitidas por drones exigiam que todos em Al-Amal, de acordo com a ONG, saíssem nus, ao mesmo tempo em que as forças bloqueavam os portões do hospital com barricadas feitas com sacos de lixo.

“Todas as nossas equipes estão atualmente sob extremo perigo e não podem se mover”, declarou a ONG.

Os militares israelenses informaram que a operação no bairro de al-Amal tem o objetivo de “continuar a desmantelar a infraestrutura e eliminar os agentes terroristas na área”. A operação começou com ataques da força aérea em aproximadamente 40 alvos, incluindo complexos militares, túneis e outras “infraestruturas terroristas”, acrescentaram.

Uma grande operação terrestre iniciada pelas Forças Armadas de Israel na última segunda-feira está em andamento e têm como alvo os combatentes do Hamas dentro e ao redor do maior hospital de Gaza, o al-Shifa. O ataque, que Israel prometeu continuar “até que o último combatente esteja em nossas mãos”, matou até o momento cerca de 170 combatentes, de acordo com os militares.

Israel realizou várias incursões em hospitais e nas proximidades de hospitais em Gaza desde o início da guerra em outubro passado, alegando que os combatentes estão operando em complexos médicos — acusação, por sua vez, negada pelo Hamas.

Israel já havia invadido o al-Shifa em novembro passado, provocando críticas da comunidade internacional e de grupos defensores de direitos humanos. Também foram realizadas operações em torno de al-Amal em fevereiro. À época, o Crescente Vermelho informou que os militares haviam se envolvido em um cerco de vários dias ao centro médico.

Fonte: O Globo

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