Israel diz ter matado 10 ‘terroristas’ em ataque na Cisjordânia

Soldados israelenses conduzem uma família palestina para fora de sua casa durante uma operação no campo de refugiados de Nur Shams, na Cisjordânia ocupada, em 20 de abril de 2024
Soldados israelenses conduzem uma família palestina para fora de sua casa durante uma operação no campo de refugiados de Nur Shams, na Cisjordânia ocupada, em 20 de abril de 2024 — Foto: Zain Jaafar/AFP

O exército israelense afirmou, neste sábado, ter matado 10 pessoas e detido outras oito em um ataque ao campo de deslocados de Nur Shams, no norte da Cisjordânia ocupada.

“As forças de segurança eliminaram 10 terroristas durante os confrontos”, disse o exército, no decurso de uma operação que está a ser realizada “há mais de 40 horas”.

Enquanto os olhos do mundo se voltam para o conflito entre Israel e Gaza e as tensões com o Irã, esta outra parte dos territórios palestinos vê a violência atingir patamares históricos sem a mesma atenção.

Desde o início da guerra, em 7 de outubro, ocorreram mais de 700 ataques de colonos judeus na Cisjordânia, com a participação de soldados israelenses em cerca de metade deles, segundo as Nações Unidas.

Neste mesmo período, 17 palestinos foram mortos, 400 ficaram feridos e mais de 1,2 mil foram forçados a se deslocar devido à violência, entre eles 600 menores, disse a ONU.

Um relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) divulgado nesta semana revelou detalhes da situação na Cisjordânia, que já via um aumento da truculência antes mesmo de estourar o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Em 2023, o número de ataques de colonos na região bateu recorde, segundo a ONU, atingindo o maior patamar desde 2006, quando teve início a série histórica.

— Colonos e soldados desalojaram comunidades palestinas inteiras, destruindo todas as casas, com o apoio aparente de autoridades israelenses superiores — disse Bill Van Esveld, diretor de direitos das crianças da HRW. — Enquanto a atenção do mundo está voltada para Gaza, os abusos na Cisjordânia, alimentados por décadas de impunidade e complacência entre os aliados de Israel, estão aumentando.

A onda mais recente de ataques começou há uma semana, quando o corpo de um menino israelense de 14 anos foi encontrado após ele ter desaparecido no assentamento de Malachei Hashalom, na Cisjordânia ocupada.

A comoção em torno do caso levou a investidas de colonos contra ao menos 17 vilarejos e comunidades palestinas, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês).

Quatro palestinos foram mortos durante os ataques, incluindo um menor de 16 anos. Casas e veículos foram incendiados e animais de estimação foram assassinados, segundo Yesh Din, um grupo de direitos humanos israelense.

Fonte: O Globo

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.