Inmet emite alerta de tempestades de ‘grande perigo’ para quatro estados e há chance de temporal por todo o país

'Scud cloud': fenômeno provocado por tempestade chamou atenção em SC nesta quinta-feira
'Scud cloud': fenômeno provocado por tempestade chamou atenção em SC nesta quinta-feira — Foto: Divulgação / Albert Dieison Silveiro, delegado SAER, Fronteira de Chapecó

A frente fria que predomina de Norte a Sul do país vem provocando chuva forte e transtornos em diversas regiões – e há previsão de ainda mais água. No estado do Rio Grande do Sul, que vem sendo castigado por temporais e rajadas de vento acima de 100km/h desde quarta-feira, pessoas precisaram deixar suas casas, houve queda de energia, bloqueio de rodovias e registro de pelo menos cinco feridos. Em São Paulo, a região do litoral foi a mais atingida até agora: Na Baixada Santista, árvores caíram, o teto de uma academia desabou e uma banca de jornal foi derrubada com os ventos que atingiram a região. Há registro de transtornos provocados pela tempestade ainda no Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, cidades de Minas Gerais, além de Goiás e Rio de Janeiro, que se prepara para uma previsão de acúmulo de até 500mm até domingo.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de “grande perigo” para parte de quatro estados do Sudeste nesta sexta-feira: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. No Sul, por enquanto, a chuva vai perdendo a força (Veja o que significam os alertas e a cor de cada um).

De acordo com o portal Metsul, há previsão de temporais com raios e rajadas de vento entre 71 km/h e 90 km/h no norte de São Paulo, na serra e sul do estado do Rio de Janeiro, no Sul de Minas, no centro- oeste e centro-sul de Minas Gerais, no Triângulo Mineiro, na Grande Belo Horizonte, no norte do Rio de Janeiro, no sul do Espírito Santo, na divisa de Mato Grosso do Sul com Goiás e Mato Grosso, em Mato Grosso (exceto no nordeste do estado), em Goiânia e no centro-sul de Goiás, no Maranhão, centro-norte e oeste do Piauí, litoral, centro, leste e nordeste do Pará, extremo sudoeste do Amazona, Acre, centro-oeste e sul de Rondônia.

Além disso, há chance de chuva moderada a forte também no centro, oeste, sul e centro-leste de São Paulo, na Grande Vitória e centro capixaba, noroeste de Minas Gerais, nordeste de Mato Grosso, centro-oeste e centro-leste de Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, centro-norte e nordeste de Goiás, oeste da Bahia, Vale do São Francisco, sul do Piauí, interior do Rio Grande do Norte, Ceará, sertão da Paraíba e de Pernambuco, centro-sul do Tocantins, centro-sul e leste do Amapá, Amazonas (exceto sudoeste do estado), norte de Rondônia, também de acordo com o Metsul. Também há chance de chuva moderada na região do litoral entre o leste do Rio Grande do Norte e Pernambuco.

O último boletim da Defesa Civil de MG alerta para uma sexta-feira chuvosa na Zona da Mata e Sul de Minas, devido à atuação de uma frente fria sobre o oceano, nas imediações do litoral da Região Sudeste. No restante do estado, áreas de instabilidades favorecem a ocorrência de pancadas de chuva preferencialmente a partir da tarde. As temperaturas, segundo os especialistas, serão fortemente controladas pela nebulosidade no sul e sudeste mineiro, nas demais áreas, permanece o tempo abafado. Atenção especial requerida para Zona da Mata e Sul de Minas, nas imediações com Rio de Janeiro e São Paulo, áreas com previsão de grandes acumulados diários nas próximas 48 horas, e, persistência das chuvas até pelo menos o domingo (24). Ao todo, 500 municípios devem ser atingidos pelas tempestades.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, até o momento (7h), não foi houve registro de desastres ou eventos adversos ocorridos no estado nas últimas 24 horas.

A forte ventania e as chuvas que atingiram o litoral paulista e Vale do Paraíba causaram estragos e transtornos na região. Na Baixada Santista, árvores caíram, o teto de uma academia desabou e uma banca de jornal foi derrubada com os ventos que atingiram a região. Em Santos e Guarujá, dois transformadores explodiram e moradores sofrem com a falta de energia elétrica. A Defesa Civil monitora as áreas de risco e, até a manhã desta sexta-feira, não há informações sobre desabrigados ou feridos.

Em São Sebastião, no litoral Norte, a Defesa Civil também se manteve em prontidão e os ventos fortes causaram quedas de árvores. No centro, parte da cobertura de quiosques do complexo turístico desabou. Nas praias de Maresias, Boiçucanga e Baleia os ventos assustaram moradores. Houve queda de energia e a concessionária foi acionada, segundo informou o prefeito.

No Rio Grande do Sul, as fortes chuvas que atingiram a região desde quarta-feira deixaram rastro de destruição. Segundo a Defesa Civil do RS, 16 pessoas precisaram ser levadas a abrigos, outras oito ficaram desalojadas e cinco acabaram feridos por conta das tempestades. Ao todo, 123 municípios foram atingidos.

De acordo com o governo estadual, os feridos são moradores de Santa Maria (2), Taquara (2) e Cerrito (1). Os maiores danos foram registrados em 18 municípios: André da Rocha, Arroio Grande, Bagé, Barão do Cotegipe, Cacequi, Cruz Alta, Chuí, Engenho Velho, Frederico Westphalen, Getúlio Vargas, Gravataí, Lajeado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Santana do Livramento, Santo Antônio da Patrulha, São Pedro do Sul e Taquara.

Além disso, problemas no fornecimento de energia elétrica atingiram pelo menos 45 municípios. De acordo com o governo gaúcho, “a fim de acompanhar o restabelecimento dos serviços de água, luz e internet, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) passou a divulgar em seu portal um balanço do trabalho das concessionárias”, e que o objetivo é acompanhar o andamento dos consertos, para que o fornecimento seja retomado o mais rapidamente possível”.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos chegaram a 142 km/h em Soledade e a 140 km/h em Cruz Alta. Em Porto Alegre, aconteceram rajadas de até 90 km/h. Jaguarão registrou os maiores acumulados de chuva, com 131,2 mm.

Na quinta-feira, por volta das 7h30 da manhã, uma nuvem “scud cloud” foi vista em Chapecó, no Oeste Catarinense. O fenômeno, que chega a ser confundido com tornados ou trombas d’água, é formado justamente por conta do aumento de umidade relativa no ar, que subiu durante a tempestade que castigou Santa Catarina nos últimos dias. “Embora pareçam ameaçadoras, as nuvens scud são inofensivas e não produzem condições climáticas severas”, escreveu a Defesa Civil de SC.

Esta reportagem está em atualização

Fonte: O Globo

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