Influenciadora que relacionou tragédia do RS a ira de Deus contra macumba vira ré

A influencer mineira Michele Mendonça Dias Abreu virou ré por intolerância religiosa
A influencer mineira Michele Mendonça Dias Abreu virou ré por intolerância religiosa — Foto: Reprodução Instagram

A empresária e influenciadora mineira Michele Mendonça Dias Abreu vai responder na Justiça por intolerância religiosa ao associar a tragédia no Rio Grande do Sul a práticas religiosas de origem africana. O Judiciário recebeu a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) nessa terça-feira. Com isso, ela se torna ré no processo pelo crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

A influenciadora da cidade de Governador Valadares, no leste de Minas, postou em suas redes sociais um vídeo no dia 5 de maio dizendo que o temporal que atingiu várias cidades gaúchas foi motivado pela “ira de Deus” porque “o Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba (…) e Deus não divide sua honra com ninguém”. Por mais absurdas que sejam as declarações, o vídeo teve, segundo o MPMG, três milhões de visualizações e foi compartilhado com quase 32 mil seguidores.

A Justiça considerou que havia provas suficientes que justificavam a instauração da ação penal. No entanto, negou pedidos do MPMG de proibir Michele Abreu de fazer novas postagens relacionadas a religiões de matriz africana. O entendimento foi de a proibição que postar conteúdo criminoso já está previsto na legislação. Os promotores também solicitaram a proibição da influenciadora deixar o país sem autorização judicial, mas o juiz considerou a medida desproporcional ao caso.

Depois da repercussão de suas declarações, a influenciadora gravou um vídeo pedindo desculpas e disse que “não quis ofender as pessoas em relação à religião” e pediu perdão se magoou alguém.

Uma lei sancionada no ano passado equipara o crime de intolerância religiosa ao crime de racismo. A pena é de 2 a 5 anos para quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas.

Fonte: O Globo

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