Influencer de maternidade condenada por maus-tratos contra os filhos, nos EUA, relatou abusos em um diário

Apresentadora de um canal para pais e mães no YouTube, foi condenada de 1 a 15 anos de prisão após assumir a culpa de quatro acusações de abuso infantil agravadodo,
Apresentadora de um canal para pais e mães no YouTube, foi condenada de 1 a 15 anos de prisão após assumir a culpa de quatro acusações de abuso infantil agravadodo, — Foto: Reprodução / Youtube

Meses antes de ser presa, a influenciadora de maternidade Ruby Franke, condenada por maus-tratos contra seus próprios filhos, relatou os detalhes das punições e abusos em um diário. As crianças sofriam com jejum forçado e até mesmo chicoteamento. As anotações, parcialmente editadas, foram apresentado por promotores em Washington, nos Estados Unidos, nessa sexta-feira, segundo o jornal KSL.

De acordo com a investigação, o “extremismo religioso” seria o motivo para o abuso e violência realizada pela youtuber. “As mulheres (Franke e Jodi Hildebrandt) pareciam acreditar que o abuso que faziam era necessário para ensinar as crianças a arrepender-se corretamente dos ‘pecados’ imaginários e a expulsar os espíritos malignos dos seus corpos”, afirmaram os procuradores.

As mulheres foram condenadas a cumprir de 1 a 15 anos de prisão após assumirem a culpa de quatro acusações de abuso infantil agravado. Ambas foram presas após um dos filhos de Franke conseguir escapar da casa de Hildebrandt, onde estava amarrado, e pediu ajuda para um vizinho.

Em uma das passagens do diário, Franke escreveu que Hildebrandt estava procurando por um terreno com cactos e planejava vender sua casa para realizar a compra do novo espaço e “levar as crianças para terras abertas”.

A influenciadora disse que Hildebrandt falou “não posso, de boa fé, deixar você com esses dois gremlins”. Franke contou sobre como seria a mudança para o novo lugar. Ela descreveu que deixaria um filho no pátio e a filha na despensa, as crianças iriam achar que tiveram uma vitória, mas em seguida “‘POW!’ Vamos jogá-los como batatas quentes no deserto. Seu novo lar”.

No diário, Franke também detalhe como abusava da filha, deixando-a com a cabeça raspada. Ela escreveu a primeira vez que cortou o cabelo da filha em um estilo “pixie”, disse a menina “nada de se distrair com o cabelo”.

Também contou que a filha “surtou e começou a reclamar” após ter concluído um jejum de dois dias e ser informada que faria mais um “para convidá-la à humildade”. Então, cortaram mais cabelo depois.

Franke ainda disse que quando sua filha estava do lado de fora, no calor, ela agia como se estivesse morrendo. “Lamentável. Eu lhe disse… ‘o calor no inferno é muito mais quente e Deus vai queimar os pecadores, então, ou se acostuma ou começa a mudar’”.

Franke disse que um dia o filho fugiu de madrugada e deixou uma mensagem nas pedras onde estava dormindo no lado de fora de seu quarto “Prisão, ligarei quando chegar lá”. Franke falou que pediu ajuda divina para encontrar seu filho.

“O demônio me quer na prisão. Meus filhos mortos”, disse ela no diário. Adiante, Hildebrandt fala “não deixe que as escolhas dessas crianças arruinem sua vida”. Assim, Franke detalha que ao encontrar o filho, decidem levá-lo para casa e amarrá-lo.

Franke ainda descreve uma situação em que mandou o filho ficar sob o céu com um chapéu, mas ele “revidou” a ordem dela.

“Eu lhe disse algumas vezes, o demônio dele fica na sombra. Eu o empurro para o sol. Ele volta. Eu volto com um atiçador de cactos. Quando cutuco suas costas para ir ao sol, ele nem se mexe. Eu o cutuco no pescoço. Ele está em transe e parece não sentir nada”, descreve no diário.

Fonte: O Globo

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.