Indígena morta após acidente com fondue no RS e namorado queriam se casar em 2024: ‘Imensa dor’

Jariel Zacca e Jaqueline Tedesco queriam se casar ainda em 2024; jovem morreu após acidente com fondue
Jariel Zacca e Jaqueline Tedesco queriam se casar ainda em 2024; jovem morreu após acidente com fondue — Foto: Reprodução/Instagram

O namorado da indígena Jaqueline Tedesco, que morreu após ter 30% do corpo queimado num acidente com fondue num restaurante gaúcho, se declarou para a companheira nas redes sociais e revelou que os dois queriam se casar ainda este ano. Pelo Instagram, o estudante quilombola de Educação Física Jariel Zacca confirmou a perda “com imensa dor no coração”, compartilhou fotos do casal e se declarou para Jaqueline.

“Tínhamos muitos planos para a nossa vida, e o maior deles era o sonho de nos casar no final do ano, mas infelizmente não se realizou. Você me fez o homem mais feliz deste mundo, e nossa frase ‘Para todo sempre’ será eternizada em minha pele, pode ter certeza disso. Você nunca será apenas um adeus. Descanse em paz, meu amor”, destacou Jariel.

Na postagem, Jariel afirmou que nunca havia amado tanto uma pessoa, como amava Jaqueline. Ele agradeceu pelos momentos que viveu ao lado da jovem e prometeu se formar e cuidar da mãe dela.

Jaqueline Tedesco, de 26 anos, da etnia kaingang, estava acompanhada de familiares e amigos num restaurante do município de Rio Grande, no RS, no último sábado, quando sofreu graves queimaduras no queixo, braços, seios e mãos. Na ocasião, ela comemorava sua formatura no curso de Direito.

O acidente aconteceu no momento em que o rechaud, uma espécie de fogareiro usado na preparação de fondue, foi reabastecido. Além de Jaqueline, uma funcionária também se feriu, e as duas foram levadas para unidade hospitalar. Familiares da jovem alegaram que ouve “omissão de socorro e negligência do estabelecimento”.

A indígena estava em coma induzido na unidade de tratamento intensivo (UTI ) do hospital geral Associação de Caridade Santa Casa.

Nas redes sociais, o restaurante Le Petit divulgou uma nota em que lamenta o ocorrido, pede desculpas às vítimas e informou que presta assistência.

“Estamos no mercado desde 2009, sem nenhuma ocorrência, pois utilizamos materiais adequados. Estamos trabalhando diligentemente para entender a causa exata e implementar medida preventiva para garantir que tal fato não aconteça novamente”, diz trecho da nota.

Pelo Instagram, o namorado de Jaqueline afirmou que somente após a repercussão do caso o estabelecimento procurou familiares.

Jaqueline foi a quarta indígena a se formar em Direito pela Universidade Federal de Rio Grande (Furg), sendo a primeira mulher indígena a ocupar a coordenação-geral do DCE (Diretório Central de Estudantes) da universidade.

Segundo o delegado Maiquel Fonseca, na quinta-feira a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no restaurante a fim de apreender o aparelho de DVR e verificar as imagens.

— Já foram ouvidos os proprietários e algumas outras testemunhas. As oitivas seguem hoje e nos próximos dias. Também serão expedidos ofícios às autoridades fiscalizadoras a fim de aferir a regularidade das licenças necessárias à operação do restaurante — afirmou o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, como os proprietários alegaram que o DVR não guardava as imagens das câmeras, o aparelho será encaminhado à perícia no Instituto Geral de Perícia.

Fonte: O Globo

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