Incerteza fiscal empurra risco Brasil com Lula a 147 pontos

Gráficos
O CDS (Credit Default Swap) de 5 anos é usado para medir o risco de um país; na imagem, um computador com um gráfico

O CDS (Credit Default Swap) de 5 anos, considerado como o indicador do risco Brasil, subiu para 147pontos nesta 3ª feira (11.jun.2024). Mesmo não tendo enfrentado uma pandemia, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nunca conseguiu reduzir o indicador à mínima do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de 93 pontos. 

O CDS subiu 14pontos-base em 2024. Quanto maior a pontuação, maior é a percepção de risco na economia brasileira. 

Leia o histórico abaixo:

Outro medidor do risco do Brasil é o dólar. A moeda-norte-americana subiu 10,47% neste ano.

Antes da pandemia de covid, em 28 de fevereiro de 2020, estava cotada a R$ 4,48. Atingiu R$ 4,73 na mínima do governo Lula, em julho de 2023. Fechou a R$ 5,36 nesta 3ª feira (11.jun), o maior patamar desde 4 de janeiro de 2023, quando foi de R$ 5,45. 

O governo substituiu o teto de gastos pelo marco fiscal, sancionado em 31 de agosto de 2023. A nova regra foi flexibilizada 7 meses depois (em abril de 2024) da lei entrar em vigor, com a adoção de metas mais flexíveis. Na prática, atrasou o superavit previsto para as contas públicas.  

O governo Lula teve o 2º pior deficit primário da série histórica em 2023, atrás somente de 2020, na pandemia de covid-19. Já o deficit nominal –que considera o pagamento dos juros da dívida bruta– voltou a superar R$ 1 trilhão no acumulado de 12 meses, assim como no período de crise sanitária. 

Em audiência pública na Câmara, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que precisou pagar calotes do governo Bolsonaro em 2023: 

A equipe de Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, contesta os dados. Sobre o deficit elevado do resultado nominal, o governo Lula defende que os juros da dívida representaram mais de R$ 776 bilhões no acumulado de 12 meses até abril, o que justifica a expansão. 

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), tem criticado frequentemente o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, pelo patamar da taxa básica de juros, a Selic. Segundo ela, o economista penaliza a economia com o juro elevado para viabilizar a volta de Bolsonaro ao poder.

As projeções dos analistas do mercado financeiro indicam que o governo terá resultado primário com saldos negativos de R$ 76,8 bilhões em 2024 e de R$ 87,5 bilhões em 2025. 

O governo estima um deficit menor em 2024, de R$ 14,5 bilhões –dentro do intervalo permitido pelo marco fiscal. A meta habita a União a ter um saldo negativo de até 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto), que é de R$ 28,8 bilhões neste ano.

Fonte: Poder360

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