Incêndio em pousada no RS: carbonizados, cinco corpos seguem sem identificação; autoridades aguardam familiares

Incêndio em pousada deixa ao menos nove mortos na madrugada desta sexta-feira
Incêndio em pousada deixa ao menos nove mortos na madrugada desta sexta-feira — Foto: Reprodução/Redes sociais

Cinco dos dez mortos em incêndio na pousada da Rede Garoa, em Porto Alegre (RS), ainda não foram identificadas. O prédio de três andares, que recebia moradores em situação de rua por um convênio com a prefeitura, não tinha autorização para funcionar como hospedagem. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul aguarda a presença de familiares das vítimas, para possibilitar o reconhecimento os corpos.

Ao GLOBO, o órgão gaúcho afirma que tem encontrado dificuldade para identificar metade das vítimas, já que estariam afastadas da família, vivendo em situação de rua. Para o reconhecimento, é necessário realizar um exame de DNA com possíveis familiares, já que a maioria dos corpos foi carbonizado durante o incêndio.

As outras cinco pessoas que também morreram no incêndio, na madrugada desta sexta-feira, já foram identificadas pelo Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul. Procurado, o Instituto confirmou que a identidade de quatro homens e de uma mulher foram identificadas entre as vítimas, porém disse que não divulgará os nomes oficialmente. Segundo a RBS TV, afiliada da TV Globo em Porto Alegre, os corpos foram enterrados neste sábado, na capital gaúcha.

A pedido da família, a emissora não revelou o nome de uma vítima. As outras quatro foram identificadas como Silvério Roni Matim; Dionathan Cardoso da Rosa; Maribel Teresinha Padilha e Julcemar Carvalho Amador.

De acordo com a RBS TV, quatro delas foram levadas para duas capelas do Cemitério São João, na Zona Norte de Porto Alegre, e os velórios duraram cerca de meia hora. Pelos corpos terem sido carbonizados durante o incêndio, os caixões permaneceram fechados.

Os donos do local e a Defesa Civil do município incêndio levantaram a hipótese de que o incêndio teria sido criminoso. No entanto, a possibilidade foi negada pela Polícia Civil. O controle do fogo exigiu cinco caminhões dos Bombeiros, que trabalharam durante três horas.

Dois dos mortos foram encontrados no primeiro andar da pousada, e cinco no segundo. Os outros três estavam no terceiro andar. O Corpo de Bombeiros informou que o incêndio se espalhou rapidamente porque os quartos eram muito próximos, comprometendo a saída dos hóspedes.

Dos oito feridos resgatados durante o incêndio, seis estavam em estado grave nesta sexta-feira, e um foi internado com 20% do corpo queimado no Hospital Cristo Redentor, na Zona Norte de Porto Alegre. Outras sete pessoas procuraram atendimento médico à tarde relatando falta de ar e tosse por inalar fumaça, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. As vítimas estavam em situação estável, mas sendo observadas.

A corporação acrescentou que não havia um plano de prevenção contra incêndio na pousada. Mas o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Léo Voigt, e o dono da rede a que pertence a pousada, André Luís Kologeski da Silva, afirmam que ela estava regular.

— Entregaram a documentação plenamente, que é exigido pela Lei de Licitação — afirmou Voigt ao g1. — Isso inclui o registro de plano de prevenção contra incêndio. Ainda tramita nos Bombeiros, mas a documentação foi entregue — acrescentou.

No entanto, o comandante do 1º Batalhão de Bombeiros de Porto Alegre, coronel Lúcio Juanes da Silva, disse ao g1 que houve apenas um “registro de protocolo” de um plano em 2019, que nunca foi concluído:

— Não se solicitou a vistoria para alvará, que certifica que o Corpo de Bombeiros licenciou aquela edificação.

Fonte: O Globo

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