Uma animação tridimensional mostra como um corpo humano seria impactado no caso de uma implosão em um veículo como o submersível Titan — que implodiu no Atlântico enquanto fazia uma expedição aos destroços do Titanic. A expedição completa um ano nesta terça-feira. O vídeo explica que o “tempo de implosão” durou apenas 20 milésimos de segundos, enquanto a chamada “resposta de dor cerebral” seria de 150 milésimos de segundos. A compressão adiabática (quando um gás se expande ou se comprime rapidamente) ocorrida no momento foi equivalente à explosão de 50 kg do explosivo TNT.
Autoridades que apuram o caso acreditam que a tripulação morreu instantaneamente numa “implosão catastrófica” menos de duas horas após o mergulho durante uma expedição até os escombros do Titanic, naufragado há mais de cem anos.
O desaparecimento do submersível foi precedido por uma série de erros e condutas imprudentes por parte da fabricante. Um ex-funcionário da OceanGate alertou para problemas de “controle de qualidade e segurança” do Titan, em 2018, e o perigo de o veículo atingir águas mais profundas por conta da pressão. Além disso, a OceanGate ignorou um alerta sobre a “abordagem experimental” feito numa carta assinada por 38 empresários, exploradores de águas profundas e oceanógrafos em 2018.
Uma outra animação tridimensional também mostra como o submersível Titan implodiu. A obra é do canal AiTelly, especializado em produções explicativas sobre engenharia. Na época, o vídeo atingiu a marca de 6,4 milhões de visualizações pouco menos de duas semanas depois da publicação no Youtube. O clipe de 6 minutos e 20 segundos detalha o fundo do mar, os materiais usados na nave aquática e o local onde foram encontrados os destroços.
Logo no início, o vídeo explica que uma implosão é “um processo de destruição por colapso para dentro do próprio objeto”. Com isso, a nave aquática se contrai. Na profundidade onde está o Titanic, a quase quatro mil metros do nível do mar, “há cerca de 2.540 quilos por 6,45 cm² de pressão” (ou 381 atm, quase 400 vezes a pressão da superfície).
A animação atribui a implosão a essa alta pressão hidrostática ao redor da nave — o que, segundo o narrador, a fez contrair “em uma fração de milissegundo” — e à falta de resistência da fibra de carbono, um dos materiais usados na construção do Titan.
“A tecnologia existente é baseada em aço, titânio e alumínio. Isso é o que impediu que outros submarinos fossem esmagados. Mas o Titan teve um design experimental”, afirma o vídeo.
Ao New York Post, um porta-voz do canal afirmou que a animação foi criada por meio de um software de código aberto chamado Blender. A equipe levou 12 horas para fazer o vídeo e usou informações disponíveis no Google e no site da OceanGate. Uma primeira versão da produção foi criticada por conter erros, mas, de acordo com o porta-voz, foram feitos ajustes antes de as imagens viralizarem.
A animação da AiTelly também mostra o interior do submersível da Titan, inclusive o controle de videogame joystick que era usado para dirigi-lo. A nave tinha três telas, apenas um botão, um banheiro improvisado e uma única vista direta para o oceano.
Fonte: O Globo