Imagens de satélite comparam Porto Alegre antes das inundações com estado de calamidade atual

Imagens de satélite comparam Porto Alegre antes das inundações com estado de calamidade atual
Imagens de satélite comparam Porto Alegre antes das inundações com estado de calamidade atual — Foto: Censipam

Imagens de satélite mostram o alagamento em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, que sofre com um cenário de inundação por conta dos dias seguidos de chuvas fortes. Os registros comparam a cidade no dia 21 de abril com esta terça-feira e são capazes de dar a dimensão das áreas que seguem alagadas na região.

As imagens divulgadas mostram o Centro Histórico da capital, os bairros Menino Deus e Cidade Baixa e a orla do lago Guaíba inundados. Também é possível observar a rodoviária e o estádio Beira-Rio, do Internacional.

O número de mortos pelas chuvas no Rio Grande do Sul já chega a 95 em todo o estado, de acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB-RS), que apresentou um balanço atualizado da tragédia, no início da tarde desta terça-feira (7), em coletiva de imprensa realizada em Porto Alegre. Ainda segundo o governo, há registro de 131 desaparecidos e estima-se que o temporal tenha atingido pelo menos 1,4 milhão de pessoas até agora.

De acordo com o governador, há 401 municípios afetados pelas chuvas, número quatro vezes maior do que na última catástrofe, em setembro de 2023. Ao todo, há 48.799 pessoas em abrigos, 159.036 desalojados, e 372 pessoas feridas socorridas.

Por conta dos temporais, o Senado aprovou na terça-feira um projeto de decreto legislativo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que reconhece o estado de calamidade pública no país para atendimento às cidades atingidas pelas inundações no Rio Grande do Sul. A medida dá aval para o Legislativo repassar verbas às regiões alagadas sem precisar cumprir regras fiscais.

As cidades do Vale do Taquari, uma das regiões mais atingida pelos temporais que atingem o Rio Grande do Sul, começam a ver os destroços deixados pelas chuvas após o nível do Rio Taquari diminuir. Durante a semana, o rio chegou a ultrapassar 30 metros.

Em determinados locais que o nível da água diminuiu é possível ver casas destruídas e destroços espalhados pelas regiões.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou que 790 escolas foram afetadas de alguma forma, seja por terem sido danificadas, por problema de acesso ou até mesmo por estarem servindo de abrigo para a população atingida. Ao todo, 273.155 estudantes foram impactados em 216 municípios.

As chuvas que atingiram o estado provocam danos e alterações no tráfego nas rodovias estaduais gaúchas. Atualmente, são 95 trechos em 41 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), consolidadas com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), abrangendo também rodovias concedidas e as administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). A Secretaria de Logística e Transportes (Selt) trabalha para desobstruir as rodovias o mais rápido possível, de maneira a garantir o tráfego de veículos e pedestres.

Com previsão de permanecer fechado até o fim deste mês, o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), foi completamente tomado pelas águas. O Laboratório Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas, divulgou na terça-feira imagens de satélite do aeroporto antes e depois da enchente, com a pista totalmente alagada.

Submerso pela enchente na capital gaúcha, o aeroporto está inoperante desde a última sexta-feira. No local permanecem apenas equipes de segurança e gestão do sítio aeroportuário.

Na mesma coletiva, Leite apresentou uma previsão meteorológica que mostra que a situação tende a se agravar ainda mais nas próximas horas. Até domingo, o estado deve enfrentar temporais, ventos fortes, novas enchentes, granizo e uma onda de frio, que representa um risco ainda maior para desabrigados.

— Ainda estamos num período difícil — introduziu o governador. — Já para amanhã, a sala de situação que faz análises meteorológicas aponta uma frente fria que está se deslocando pelo estado e que deve provocar temporais generalizados, em todas as regiões. Atenção para descargas elétricas, granizo e rajadas de vento de até 100km/h. E, à noite, as temperaturas devem despencar. Tem muita gente desabrigada ou até na água ainda e isso é uma preocupação nossa: essas pessoas precisam ser protegidas. Já na noite de amanhã e na quinta-feira, há previsão de temperaturas entre 5 e 11 graus no Centro-Sul e chuva forte no Sul do estado.

Os especialistas apontam que a frente fria passará por todo o estado elevando o risco de temporais. A condição é mais expressiva ainda na metade Oeste do RS.

Fonte: O Globo

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