Um homem que sequestrou, estuprou e matou sua ex-namorada em 1993 foi executado na quarta-feira (20), na primeira aplicação da pena capital em mais de quatro anos no estado da Geórgia, no Sul dos Estados Unidos.
Willie Pye, de 59 anos, foi executado com injeção letal às 23h03 do horário local (0h03 de Brasília, quinta-feira) em uma prisão de Jackson.
A Suprema Corte dos Estados Unidos e a Junta Estadual de Indultos rejeitaram um pedido de clemência apresentado na última hora.
No pedido de clemência, a defesa afirmou que Pye sofria de uma deficiência intelectual – com um QI de 68 – e que viveu uma infância traumática de “profunda pobreza, abandono, violência constante e caos na casa da sua família”.
Segundo os advogados, ele foi mal representado no julgamento por um “defensor público racista e sobrecarregado de trabalho”, que já faleceu.
Fye, um afro-americano, foi condenado à morte em 1996 por matar Alicia Yarbrough, uma mulher com quem mantinha relações esporádicas e que raptou e estuprou juntamente com dois cúmplices.
A sentença havia sido anulada em 2021 por uma corte de apelações que considerou que Pye não tinha uma boa defesa pública, uma vez que seu advogado não mencionou que ele apresentava sinais de deficiência intelectual ou mencionou sua infância em meio à pobreza e aos abusos. Mas a sentença de morte foi imposta novamente em 2022.
Pye não gravou uma declaração final, mas aceitou uma oração, informou o Departamento Penitenciário da Geórgia em um comunicado.
Esta foi a terceira execução realizada nos Estados Unidos este ano. Em fevereiro, o detento Iván Cantú, de 50 anos, foi executado com uma injeção letal no Texas, por ter sido condenado em 2001 pelos assassinatos no ano a anterior de seu primo e da noiva dele. Um mês antes, Kenneth Smith foi morto numa penitenciária do estado do Alabama com o uso de uma máscara de nitrogênio, num método inédito classificado como “tortura” por organizações de defesa dos direitos humanos.
A pena capital foi abolida em 23 estados do país e suspensa em outros seis: Arizona, Califórnia, Ohio, Oregon, Pensilvânia e Tennessee. Contudo, no ano passado foram registradas 24 execuções nos EUA, a maioria por meio de injeção letal.
Fonte: O Globo