Ex-ministro de Estado e ex-deputado federal, Henrique Eduardo Alves divulgou carta política em que anuncia seu desligamento do MDB, partido pelo qual militou por 52 anos e exerceu 11 mandados parlamentares.
Henrique Eduardo, que elegeu-se deputado a primeira vez em 1970, substituindo o pai Aluizio Alves, cassado pela Ditadura Militar em 1969, também informou que vai se filiar ao PSB para disputar as eleições proporcionais deste ano.
Confira a íntegra da carta de Henrique:
- “Prezadas e Prezados conterrâneos! Queridas e Queridos bacuraus!
- Queria, por um milagre, que todos vocês pudessem me ver agora, escrevendo essas palavras.
- Uma emoção intensa, imensa.
- Um filme passando diante de meus olhos, em câmera lenta… MDB, a minha história.
- 1966, 56 anos de vida do MDB.
- 1970, início do meu caminhar.
- Naqueles tempos difíceis, eu, um jovem de 21 anos, segurava a bandeira verde do MDB, com a coragem do mundo… porque aprendi cedo, com meu pai, que a luta é constante e a esperança não morre…
- Nunca estive só, pois sempre esteve ao meu lado o bacurau solidário, polegar para cima, camisa verde, o abraço, o aconchego. GRATIDÃO!!!!
- Construímos, ao lado de tantos companheiros, de ontem e de hoje, uma casa linda, aconchegante, fraterna e democrática.
- Nesse caminhar de lutas e ideais, o reconhecimento do meu Estado, que na minha décima primeira eleição, em 2010, me presenteou com a maior votação da minha história: 191 mil votos!
- Nessa estrada de muito trabalho e serviços prestados, sofri também derrotas, percalços e provações, mas sem jamais esquecer minha origem e fortaleza: o ninho bacurau.
- Até que Deus, com sua bênção, me deu a maior vitória no Judiciário nacional: a absolvição, por unanimidade, de uma acusação absurda. Justiça foi feita!
- Do Brasil, recebi o parabéns respeitoso.
- Do Rio Grande do Norte, o carinho e a solidariedade pelo reconhecimento da minha inocência. Bacurau verdadeiro, livre, enfim, para voar…
- Sobreveio, então, um estranho e inesperado gesto: a direção estadual do MDB não reconheceu os meus longos anos de militância no partido. Passou a não me ver, não me ouvir, não me falar. Não me querer…!
- Infelizmente, aquela casa que construímos se apequenou. Não falo de números, falo de sentimentos. O querer bem e fazer o bem.
- Saio hoje do MDB ao qual dediquei toda a minha vida. Porque a escolha, como disse Nelson Mandela, “tem que refletir a esperança e não o medo.”
- Sigo movido pela esperança que nunca me faltou.
- Agradeço aos partidos Cidadania, PSB, Republicanos, PL, Avante, pelos convites tão honrosos que demonstram respeito pela nossa história e correção.
- Aos que ficam, sem ressentimentos, desejo boa sorte!
- Vou buscar meus caminhos de paz, porque tem muito Rio Grande do Norte pela frente!
- E, na saudade abençoada do meu pai, “sem ódio e sem medo.”
Da Tribuna do Norte