O Centro de Doação de Sangue de Natal (Hemonorte) está em estado de alerta para o banco de sangue com níveis considerados críticos para profissionais que atuam no espaço. Há necessidade de sangues de todos os tipos sanguíneos e o Hemonorte busca sensibilizar os potiguares da necessidade de novos doadores. Atualmente, o estoque conta com cerca de 300 bolsas de sangue, quando a necessidade diária é de pelo menos 1.200 bolsas para o estado. Campanhas visam mudar a situação.
“Estamos com uma situação muito precária, o estoque está muito crítico para todos os tipos sanguíneos. Está faltando A+, O-, AB-, esta última que só tínhamos uma bolsa ontem, e os outros tipos já estão reduzidos. Esperamos que as pessoas nos procurem e façam sua doação. Somos responsáveis pela distribuição de sangue de todo o Estado, seja público ou privado. Numa situação mais grave de necessidade, nosso estoque atual não atenderia, por exemplo. Essa ‘medicação’ não existe por outra forma se não for pela doação. Temos esse compromisso com a vida, já que não tem outra forma de se conseguir essa medicação que salva vidas”, comenta a assistente social do Hemonorte, Maria de Lourdes.
Neste mês de novembro, em que é comemorado a Semana Nacional do Doador de Sangue, o Hemonorte promoveu uma série de ações, com destaque para o lançamento de serviços para os doadores: um número de WhatsApp para contato com os doadores, mais uma ferramenta para estreitar a comunicação entre o Hemocentro e Captação e os doadores que serão informados quanto aos locais de doação, convidados para realizar sua doação. Para tanto, os interessados deve aderir ao grupo via QR CODE, que será disponibilizado nas redes sociais do Hemonorte e o serviço de intérprete de libras – com dia agendado para deficientes auditivos severo fazer sua doação de sangue. Este serviço funcionará sempre às terças-feiras em parceria com a Associação dos Surdos de Natal (ASNAT).
Para a diretora de Apoio Técnico do Hemonorte, Miriam Mafra, “este serviço representa um marco na história da hemoterapia do RN, enquanto reconhecimento de direito e inclusão de novos potenciais doadores com deficiências severas, possibilitando aos mesmos vivenciarem o ato em si mesmo: doar sangue e salvar vidas. Com esse novo serviço legitimamos o direito e ampliarmos novos perfis de doadores de sangue do Estado”, disse.
Desde 2012, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e ampliou a idade máxima de 67 para 69 anos.
O doador deve pesar no mínimo 50 kg e estar em bom estado de saúde geral.
A frequência máxima de doações é de 4 doações anuais para o homem e de 3 doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de 61 dias para os homens e de 91 dias para as mulheres.
Grupo busca conscientizar potiguares sobre doação
A Associação de Doadores de Sangue e Medula Óssea do Rio Grande do Norte (Adosan) promoveu, neste sábado (26), uma campanha para conscientizar potiguares a buscar o Hemonorte para fazer doações de sangue. A ação reuniu cerca de 30 pessoas de várias cidades da Grande Natal durante a manhã.
Fundada e presidida pelo servidor público Paulo Neris, 56, que já fez 349 doações na vida, a ideia é “salvar vidas” e promover o debate em torno da necessidade de se doar sangue para os hospitais do Estado. A entidade já tem 18 anos de existência e conta com quase 33 mil associados.
“Meu pai era um grande doador desde 1958. Em 1984, quando fiz 18 anos, comecei a fazer doação de sangue. É algo que parte do coração, uma empatia. Vamos praticar a empatia de doar sangue e salvar vidas”, explica Paulo Neris.
Quem esteve cedo no Hemonorte foi a técnica em enfermagem Andreza Lima, 26 anos, moradora de Nísia Floresta. Ela doou sangue pela primeira vez neste sábado. “Vejo a necessidade com os bancos todos vazios, minha família já precisou, já tive casos de câncer, uma tia minha vai fazer uma cirurgia agora, então é bom poder ajudar e quando precisarmos termos um apoio”, disse.
Outra potiguar que também doou foi Carolina Galvão, 40 anos, moradora de Goianinha, que já faz doações de sangue há 10 anos. “O que me faz vir aqui é o amor. Uma bolsa dessa equivale a quatro vidas, então isso é muito gratificante saber que podemos fazer a diferença no meio de tantas pessoas que podem doar e de certa forma se negam. Nunca doei para minha família, sempre para pessoas de fora”, disse a dona de casa.
A servidora pública aposentada Liliane Lira, 60 anos, também busca conscientizar os potiguares no tocante a doação de plaquetas, que também enfrenta estoque reduzido. “As plaquetas tem importância grande para doenças graves, como câncer, dengue, enfermidades que deixam as pessoas com as plaquetas lá em baixo. E não é muito divulgado. E outra coisa: as plaquetas podemos doar todo mês e o sangue retorna para o corpo. Podemos ajudar até 12 pessoas”, enfatiza.
No caso de doação de plaquetas, segundo o Ministério da Saúde, o sangue é retirado da veia de um dos braços, como na doação convencional. A diferença é que o sangue passa por um equipamento que retém parte das plaquetas e retorna para o doador, com todos os outros elementos. Esse processo é feito de forma segura com material descartável e livre de contaminações. Esta doação, que deve ser agendada com antecedência, dura cerca de uma hora e meia.
Tribuna do Norte