Hamas examina contraproposta de Israel para trégua em Gaza

Crianças palestinas entre escombros de casa destruída por bombardeio israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Crianças palestinas entre escombros de casa destruída por bombardeio israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza — Foto: AFP

O Hamas se comprometeu, neste sábado, a examinar uma contraproposta de Israel para estabelecer uma trégua na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns, após mais de seis meses de guerra. O anúncio do alto comando do grupo palestino coincide com a viagem de uma delegação egípcia a Israel, com o objetivo de retomar as negociações, atualmente estagnadas, para uma trégua, no momento em que a comunidade internacional teme que o Exército israelense inicie uma operação terrestre em Rafah.

— Hoje, o Hamas recebeu a resposta oficial da ocupação sionista à nossa posição que havia sido enviada aos mediadores egípcios e cataris em 13 de abril passado — afirmou o número dois da ala política do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya. — O movimento estudará esta proposta e enviará sua resposta assim que seu estudo estiver concluído.

Enquanto a frente diplomática tenta avançar, os movimentos no terreno não param. Neste sábado, ao menos três bombardeios atingiram Rafah, no extremo sul da Faixa, na fronteira com o Egito. A cidade abriga 1,5 milhão de pessoas, a maioria deslocados de outras áreas do enclave, e é o principal ponto de acesso de ajuda humanitária.

O conflito no enclave também aumentou os confrontos na fronteira entre Israel e Líbano, com trocas de tiros quase diárias entre o Exército israelense e o Hezbollah, aliado do Hamas. O Exército anunciou, na sexta-feira, que um civil israelense que trabalhava em uma obra morreu perto da fronteira, em um ataque com mísseis. Uma operação de resposta matou ao menos três pessoas no sul do Líbano, incluindo um líder terrorista, segundo os militares.

Apesar da crise humanitária, Israel afirma que tem planos para invadir Rafah, que considera o último reduto do Hamas. As autoridades israelenses afirmam que o grupo mantém quatro batalhões perto da fronteira egípcia.

A ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza deixou 34.388 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades de saúde do território palestino controlado pelo Hamas.

Os detalhes da contraproposta não foram divulgados, mas a imprensa israelense noticiou durante a semana que inclui a possível libertação de 20 reféns considerados “casos humanitários”.

Na comunicação anterior entre Hamas e Israel com o auxílio de mediadores, em 13 de abril, o movimento palestino reafirmou as suas “exigências”, em particular a necessidade de um cessar-fogo permanente.

O Hamas também exige a “retirada das tropas israelenses de toda a Faixa de Gaza, o retorno dos deslocados e o aumento da ajuda humanitária”. Israel, no entanto, não deseja retirar os soldados de toda a Faixa, é contrário a um cessar-fogo permanente e propõe uma pausa de várias semanas nos combates.

Na sexta-feira, uma delegação egípcia chegou a Israel para negociações sobre um “marco quadro global para um cessar-fogo” em Gaza, informou o canal Al Qahera News, próximo dos serviços de inteligência do país árabe, que citou um funcionário de alto escalão como fonte.

Fonte: O Globo

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