Haddad fala em estabilizar dívida para retomar grau de investimento

Fernando Haddad
Fernando Haddad também reforçou que o país não pode abrir mão de receitas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 4ª feira (17.abr.2024) que a estabilidade da trajetória da dívida é “mais importante” do que a da meta fiscal. Ele afirmou que a solidez da dívida pública na relação com o PIB (Produto Interno Bruto) ajudará a elevar as notas de crédito do Brasil e o país a alcançar o grau de investimento.

Haddad também mencionou a melhoria das notas obtidas pelo Brasil no ano passado. “Depois de 7 anos, foi a 1ª vez que nós conseguimos nota de crédito melhor e estamos confiantes de que vamos continuar nessa escalada até voltar a um grau de investimento, que pode ser um divisor de águas para os investimentos estrangeiros diretos no Brasil”, disse em entrevista a jornalistas.

Haddad está em Washington D.C. para participar da reunião de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial. A agenda também inclui a 2ª reunião da Trilha financeira do G20, presidido pelo Brasil em 2024.

Em 2023, as agências de risco Fitch e S&P (Standard & Poor’s) elevaram a nota de crédito do país de BB- para BB, com perspectiva estável. O Brasil ainda está no grau especulativo e terá que subir para BBB-, ou duas notas acima, para atingir o grau de investimento.

Foi a 1ª elevação na nota de risco do Brasil na Standard & Poor’s desde 2011. A dívida bruta, por sua vez, está em 75,6%.

O FMI estimou que a dívida do Brasil continuará em expansão até, pelo menos, 2029.  “O FMI começa a se aproximar da nossa trajetória de dívida”, disse Haddad.

Em setembro de 2015, durante a Presidência de Dilma Rousseff (PT), a S&P retirou o grau de investimento do país e concedeu perspectiva negativa, abrindo caminho para que a nota fosse reduzida novamente em fevereiro de 2016.

Em dezembro de 2015, a Fitch reduziu a nota do Brasil para um nível abaixo da categoria de bom pagador.

A Moody’s retirou o grau de investimento do Brasil em fevereiro de 2016, uma semana depois do 2º rebaixamento pela S&P. Na ocasião, a Moody’s reduziu a nota do país para 2 níveis abaixo do grau de investimento.

Haddad minimizou mudanças envolvendo o objetivo fiscal, além de compartilhar responsabilidade com o Legislativo e o Judiciário para “fechar as contas” nos próximos 2 anos.

“Os números, na verdade, estão mais próximos do que parecem em 1º lugar. Em 2º lugar, vai depender muito das decisões que o Congresso vai tomar na próxima semana e da provável decisão que o Supremo Tribunal Federal deve tomar depois de provocado sobre a questão da Reforma da Previdência”, disse.

O titular da Fazenda também reforçou que o país não pode abrir mão de receitas. “Há um dispositivo da Reforma da Previdência que todo mundo defendeu e que precisa ser restabelecido: não renunciar receitas porque a Previdência é deficitária e precisa desse aporte para equilibrar suas contas”, disse.

Fonte: Poder360

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