Governo discute inserção de produtos da agricultura familiar nos restaurantes potiguares

A inserção dos produtos da agricultura familiar nos circuitos de bares e restaurantes potiguares foi debatida em evento virtual e presencial realizado pelo Governo do RN na manhã desta segunda-feira (05). A partir da Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecafes RN), o encontro ‘Proseando sobre agricultura familiar e acesso a mercado de bares e restaurantes potiguares’ aconteceu na plataforma Youtube e se deu por meio das Secretarias de Agricultura Familiar (Sedraf RN) e Turismo (Setur) e do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do RN – Governo Cidadão. 

O evento contou com a parceria da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e apoio da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur), Sebrae-RN, Universidade Potiguar, Organização das Cooperativas do Estado do RN (Ocern), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN).

“Aproximar o agricultor familiar, que produz grande variedade de alimentos presentes diariamente no prato do potiguar, ao mercado gastronômico é de extrema importância. O ‘Proseando’ entra nesse circuito ligando produtores a restaurantes e bares, com um papel fundamental para o fortalecimento desta cadeia, pela qual estamos lutando e ainda vamos batalhar muito”, disse a governadora Fátima Bezerra ao participar do evento que reuniu secretários de Governo, parceiros e agricultores familiares em torno do fortalecimento da agricultura familiar.

“Seguindo uma orientação da governadora Fátima Bezerra, esse é mais um resultado da integração que ela trabalha desde o início de sua gestão, e da importante articulação da Sedraf e da Setur com o setor privado e com as cooperativas de produtores rurais. Queremos que esse seja o início de uma relação permanente. A produção da agricultura familiar do nosso estado tem qualidade excelente e assim esperamos que seja cada vez mais oferecida nas mesas dos restaurantes e bares do Rio Grande do Norte”, pontuou o Secretário de Gestão e Metas do governo, Fernando Mineiro.

“Nosso objetivo hoje é, para além de oportunizar os restaurantes a conhecerem produtos de qualidade produzidos por nossos agricultores e agricultoras familiares, discutirmos sobre segurança alimentar dos clientes e dos empreendimentos comerciais a partir do acesso a uma alimentação saudável e de base agroecológica”, explicou Alexandre Lima, titular do Desenvolvimento e da Agricultura Familiar. 

A secretária adjunta do Turismo, Solange Portela, falou como essa articulação fortalece o turismo, principalmente em um momento no qual o turismo regional está sendo o mais acessível, como consequência da pandemia. “Quando o turista chega, vem à procura das nossas belezas naturais, de uma boa hotelaria. Mas ele quer viver, também, uma experiência gastronômica. E quando essa gastronomia conta com produtos produzidos naquela terra, sem dúvida, ela fica mais atrativa, enriquecendo o turismo de uma forma geral”.

O ponto alto contou com a mediação de Tarcísio Gonçalves, professor da Escola Agrícola de Jundiaí/UFRN, e a presença da cozinheira autodidata e pesquisadora de alimentos, Adriana Lucena (Natal/RN); do empresário do ramo da gastronomia em São Paulo, Rodrigo Levino (Patu/RN); do pesquisador Carlos Alberto Doria (São Paulo/SP); e da professora titular do Departamento de Antropologia da UFRN, Julie Caviganac (Natal/RN). 

O debate focou no fortalecimento dos pequenos produtores e de suas conexões com o grande mercado, passando por discussões sobre questões de territórios e a disseminação de seus produtos, até as melhorias das cooperativas da agricultura familiar. 

Falando da relação de seu restaurante Jesuíno Brilhante com a agricultura familiar, Levino falou das dificuldades de levar os produtos produzidos pelos agricultores familiares do RN, precisamente do Seridó, para São Paulo, principalmente neste momento de pandemia.

“A quarentena atingiu os produtores rurais, piorando um problema que já existia, a dificuldade dessas produções chegarem ao grande mercado. Diante disso, vejo como solução, o fortalecimento do cooperativismo ou de ações em conjunto de pequenos produtores. Em ambos os casos, que recebam apoio para o bom funcionamento”, disse o potiguar que compra produtos como o arroz vermelho, feijão de corda, manteiga e queijos para consumo diário em seu restaurante.

Corroborando Levino, a chef Adriana Lucena completou: “Para a inserção dos produtos da agricultura familiar nos bares e restaurantes do Estado, a primeira coisa a se fazer é que seus gestores conheçam os nossos produtos, somente assim poderão respeitar a sazonalidade de cada um deles e valorizá-los”.

Ao final do debate, foi feito um tour com os presentes pela Central, ciceroneado pela gestora da Cecafes, Fátima Torres. Para comemorar o evento, houve uma degustação de alguns dos produtos da agricultura familiar transformados em pratos deliciosos pelo professor Marcelo Labre e suas alunas – Jaiane Medeiros, Pérfide Souto  e Melissa Virgínia Varella – do curso de Gastronomia da Universidade Potiguar.

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