Promessa de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a transferência da sede do governo de São Paulo para o centro da capital ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira: foi lançado um concurso para que arquitetos e urbanistas apresentem projetos para a nova sede, que ficará no Palácio Campos Elíseos, na Avenida Rio Branco.
A ideia do governo é fazer um complexo com 13 torres na área, com a sede do governo e das secretarias estaduais, além de um centro de convenções e espaços para comércio e serviços como restaurantes, cinemas, teatros e academias. Serão 22 mil funcionários do governo no local, que hoje estão espalhados por mais de 60 prédios na cidade.
Os arquitetos terão até 24 de junho para mandar as propostas, que devem levar em consideração critérios de sustentabilidade, economia e as regras do Plano Diretor e Zoneamento da capital. Além disso, o objetivo é fazer prédios com fachadas ativas, sem grades e com térreos abertos para usos diversos.
As sugestões serão avaliadas por uma bancada de arquitetos renomados, com supervisão do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). A ideia é que a licitação para a escolha da empresa que fará a obra seja feita em 2025, já que a nova sede será uma parceria público-privada (PPP), e só deve ficar pronta em 2030. O governo calcula que a nova sede administrativa custará R$ 8 bilhões, mas isso pode mudar a depender das propostas que receber no concurso.
Para a obra, será desapropriada uma série de imóveis. Parte deles é da prefeitura de São Paulo, e por isso o prefeito Ricardo Nunes encaminhou hoje um projeto de lei à Câmara Municipal prevendo a doação de alguns terrenos para o estado. Um deles é o Terminal Princesa Isabel, que será remanejado para outro local. A Praça Princesa Isabel, em frente, também será doada. Já em relação aos imóveis privados, o governo calcula que gastará cerca de meio bilhão para desapropriá-los.
— Trazendo o poder de volta para onde ele já esteve, a gente está mandando um recado para o setor imobiliário de que nós acreditamos no centro e a gente vai ver investimentos chegando. A gente está capitalizando esse processo de transformação que vai acontecer. É lógico que um centro administrativo sozinho não vai resolver as questões do centro, precisamos de ações integradas. Precisamos tratar o dependente químico, enfrentar essa chaga que é o tráfico de drogas e cuidar das pessoas. E queremos ver as pessoas morando no centro — disse o governador ao lançar o projeto.
Mesmo após a mudança, o Palácio dos Bandeirantes seguirá sendo a residência do governador, e a sede das secretarias da Casa Civil, Comunicação e Casa Civil.
Em relação à cracolândia, Tarcísio disse que está fazendo uma “ação integrada” para tratar dos dependentes químicos, especialmente em comunidades terapêuticas, oferecer assistência social e aumentar o policiamento na região.
— Vamos trazer a sede do governo para junto da cracolândia. Se você tem o secretariado trabalhando aqui, o secretariado vai estar muito mais atento às questões do centro – acrescentou Tarcísio.
Fonte: O Globo