Funaro detalha esquema de corrupção do PMDB com grupo Bertin

Lúcio Funaro prestou depoimento nesta terça-feira (31) para a Justiça Federal em Brasiília. Funaro, que é corretor de valores e ex-corretor-financeiro do deputado cassado Eduardo Cunha, afirmou para o juiz Vallisney de Souza que ele teria participado de reuniões com Eduardo Cunha e o ministro da Secretaria Especial da Presidência, Moreira Franco. Cândido Vaccarezza, ainda no PT, também estaria presente nas reuniões em que negociavam os valores que seriam destinados às campanhas do PMDB em troca de favores ilegais às empresas Bertin.

Funaro também contou que comprou vários bens com o dinheiro de corrupção para o ex-deputado Eduardo Cunha e familiares. Entre os itens adquiridos está um flat na capital de São Paulo que pertencia ao ex-jogador Vampeta.

Durante o depoimento o corretor de valores chamou Joesley Batista, dono da JBS, de ladrão. O motivo seria o não pagamento de propinas aos investimentos da Caixa, a ele, Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha. Os quatro estão presos por corrupção.

O presidente Michel Temer também foi citado durante o depoimento. Segundo Funaro, o presidente teria recebido mais de R$ 2 milhões durante a campanha presidencial de 2010 quando foi vice de Dilma Rousseff. Em nota, a assessoria da presidência afirmou que o presidente Michel Temer contestou de forma categórica o envolvimento nessas atividades. A nota ainda afirma que Funaro já mentiu em outras delações à Justiça.

Além de Funaro, a Operação Sépsis, que investiga casos de corrupção na vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa, também tem como réus Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo e Alexandre Margotto, que era funcionário de Lúcio Funaro.

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