Famílias de reféns divulgam imagens de mulheres sequestradas pelo Hamas para pressionar governo Netanyahu; veja vídeo

Familiares de sequestrados pelo Hamas têm pressionado governo por um acordo que garanta a libertação dos reféns
Familiares de sequestrados pelo Hamas têm pressionado governo por um acordo que garanta a libertação dos reféns — Foto: AHMAD GHARABLI / AFP

As famílias de cinco mulheres soldados israelenses retidas na Faixa de Gaza autorizaram, nesta quarta-feira, a divulgação de imagens que mostram o momento do sequestro em uma base militar no dia 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas lançou um ataque no sul de Israel, levando à ampla ofensiva israelense no enclave palestino, que já dura mais de sete meses. A divulgação do vídeo ocorre enquanto familiares pressionam o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para garantir a libertação dos reféns em Gaza.

No trecho de pouco mais de 3 minutos, extraído de um vídeo de duas horas filmado com uma câmera GoPro por combatentes do Hamas, segundo as famílias, é possível ver as jovens, algumas com sangue no rosto, sentadas no chão de pijama com as mãos atadas atrás das costas. Algumas tentam falar em inglês, com expressão de terror e implorando. Depois, os homens do Hamas as levam entre gritos e sons de rajadas de tiros até um jipe militar.

— É hora de agir ou o sangue da minha irmã e dos outros reféns estará nas mãos do governo israelense — afirmou à AFP Sasha Ariev, de 24 anos, irmã de uma das militares, Karina Ariev. — Agora todo mundo viu essas jovens de pijama capturadas (…), a única vitória é trazê-las de volta rapidamente e vivas.

As tentativas de negociar um cessar-fogo com o Hamas em troca dos reféns falharam nos últimos meses, gerando indignação de familiares de reféns em Israel. Para Sasha, a divulgação dessas imagens deveria marcar “uma virada de 180 graus” nas decisões do governo.

Elas “revelam o tratamento violento, humilhante e traumático ao qual as garotas foram submetidas no dia de seu sequestro”, indicou o Fórum de Famílias de Reféns em um comunicado. “O vídeo, que dura 3 minutos e 10 segundos, foi editado e censurado para excluir as cenas mais perturbadoras, como os numerosos homens e mulheres assassinados na base de Nahal Oz (…), assim como numerosas cenas de extrema brutalidade”, especificou o texto.

O premier disse, nesta quarta-feira, ter ficado “horrorizado” com o vídeo, e voltou a afirmar que o Estado judeu continuará “fazendo tudo para trazê-los para casa”.

Mais de 50 soldados morreram em 7 de outubro nessa base militar, atacada por comandos do movimento islamista palestino. Nesse dia, 15 mulheres desarmadas encarregadas de vigiar a fronteira por meio de telas foram assassinadas na base de Nahal Oz, de acordo com o Exército israelense. Sete foram tomadas como reféns.

Uma das soldados, Ori Megidish, foi libertada durante uma operação militar israelense e o corpo de outra, Noa Marciano, foi encontrado em Gaza e repatriado para Israel. Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniela Gilboa, e Naama Levy continuam reféns.

Imagens de soldados reféns circulam desde o dia do ataque, mas os fragmentos de vídeo divulgados nesta quarta-feira são inéditos. As famílias aceitaram divulgá-los na tentativa de acelerar um processo de negociação que conduza à sua libertação.

Das 252 pessoas sequestradas na data do ataque que desencadeou a guerra entre Israel e Hamas, 124 continuam em Gaza, das quais 37 estariam mortas, segundo o Exército israelense. O ataque do Hamas deixou mais de 1.200 mortos em Israel, e levou à ofensiva israelense no enclave palestino, onde mais de 35 mil pessoas já foram mortas desde o início do conflito. (Com AFP.)

Fonte: O Globo

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