Família de menino torturado, morto e dado aos porcos será indenizada em R$ 5 milhões, nos EUA

Adrian Jones, de sete anos, chegou a relatar às autoridades americanas que era vítima de abusos
Adrian Jones, de sete anos, chegou a relatar às autoridades americanas que era vítima de abusos — Foto: Reprodução/Imagem cedida por Judy Conway

A família do pequeno Adrian Jones, morto em 2015 na cidade americana de Kansas, será indenizada em US$ 1 milhão após uma batalha judicial de quase uma década, informou o jornal The Kansas City Star neste domingo. Com a atual cotação do dólar, equivale a cerca de R$ 5 milhões. A criança, à época com sete anos, morreu após uma série de maus-tratos sofridos por parte do pai biológico e da madrasta. O garoto morreu de fome e, depois, teve o corpo jogado aos porcos.

A decisão foi aprovada pela governadora do Kansas, Laura Kelly, e líderes legislativos. O acordo, que aconteceu a portas fechadas nesta quinta-feira, faz parte do processo movido contra o Departamento de Crianças e Família da região.

— Estou feliz que acabou. É agridoce. Isso me deixa feliz, mas, ao mesmo tempo, me enfurece que Adrian tenha morrido por causa do fracasso das pessoas em protegê-lo. Isso nunca deveria ter acontecido. Se as pessoas tivessem apenas o ouvido, acredito que o resultado teria sido totalmente diferente — afirmou Judy Conway, avó materna da criança.

Durante a curta vida de Adrian, vários assistentes sociais do município do estado em que ele morava investigaram repetidas ligações feitas para a linha direta. Nas chamadas, era possível ouvir o menino contar como foi espancado e negligenciado em casa, tanto pelo pai quanto pela madrasta.

Segundo o portal, família entrou com duas ações civis no Kansas e no Missouri, com o argumento de que os assistentes sociais infantis não conseguiram tirar Adrian de casa, mesmo após os relatos de abuso.

Adrian morou na cidade de Plattsburg, em Missouri, antes de se mudar para Kansas. Nesse período de transição, o garoto interagiu com assistentes sociais dos dois lugares. Registros obtidos pelo The Star, em 20017, comprovam um relato dele às autoridades alegando estar sendo fisicamente abusado fisicamente em casa.

Em uma entrevista, em julho de 2013, com um funcionário e policial da Divisão Infantil do estado de Missouri, Adrian deu detalhes de como o pai o chutava com tanta força na nunca que um “ossinho saía”. Quando concedeu o relato, ele tinha cinco anos.

“Meu pai continua me batendo na cabeça e me socando no estômago e minha mãe continua puxando minhas orelhas e isso dói muito”, contou Adrian, depois que uma ligação anônima alertou sobre possíveis abusos dentro de casa. “Mamãe e papai me trancam sozinho no meu quarto. Mamãe e papai não podem me alimentar”, complementou ele no relato.

Fonte: O Globo

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