Exército de Israel nega ter disparado contra palestinos que esperavam por ajuda humanitária em Gaza

Comboios de ajuda humanitária passam por fiscalização no posto de fronteira de  Kerem Shalom
Comboios de ajuda humanitária passam por fiscalização no posto de fronteira de Kerem Shalom — Foto: Jack Guez/AFP

As Forças Armadas de Israel (FDI) negaram, nesta sexta-feira, envolvimento na morte de cidadãos palestinos que esperavam por ajuda humanitária no norte de Gaza, na quinta-feira. O Hamas culpou as forças israelenses pelo incidente, que ocorre uma semana depois de um outro tumulto envolvendo a entrega de insumos na região acabar com cerca de 100 mortos.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista, afirmou que ao menos 20 palestinos morreram e mais de 150 ficaram feridos ontem, enquanto aguardavam a entrega de insumos perto da divisão entre o norte e o sul de Gaza.

Ainda na quinta-feira, as FDI classificaram os relatos sobre envolvimento israelense no incidente como falsos e disseram que estudavam o incidente minunciosamente. Em uma nova comunicação, nesta sexta-feira, os militares culparam “palestinos armados” pelos desdobramentos no solo.

“Na última quinta-feira, as FDI facilitaram a passagem de 31 caminhões de ajuda humanitária para civis no norte de Gaza. Aproximadamente uma hora antes da chegada do comboio ao corredor humanitário, palestinos armados abriram fogo enquanto civis de Gaza aguardavam a chegada do comboio de ajuda”, diz o comunicado do Exército.

A mesma nota informa ainda que a investigação preliminar aberta na noite de quinta-feira indica que as tropas israelenses não abriram fogo contra o comboio.

“À medida que os caminhões de ajuda humanitária entravam, os homens armados palestinos continuaram a disparar enquanto a multidão de habitantes de Gaza começava a saquear os caminhões. Além disso, vários civis de Gaza foram atropelados pelos caminhões” acrescentaram os militares.

Relatos divergentes sobre a origem dos disparos foram noticiados por veículos da imprensa internacional e ONGs que atuam no terreno, incluindo uma versão de que um helicóptero israelense teria aberto fogo contra a multidão, noticiada pela rede al-Jazeera. Um porta-voz da Defesa Civil de Gaza acusou Israel do ataque e disse que o país realizava uma política de “matar cidadãos inocentes”.

Fonte: O Globo

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