Ex-secretário diz que não era “totalmente favorável” a leilão de arroz

O secretário Neri Geller foi demitido depois de indícios de irregularidades no leilão de arroz
O secretário Neri Geller estava envolvido no leilão de arroz do governo federal que teve indícios de irregularidades

O ex-secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura e ex-deputado federal, Neri Geller (PP-MT), disse nesta 3ª feira (18.jun.2024) que a sua equipe não era totalmente favorável ao leilão para a importação de arroz, cancelado depois de encontradas inconsistências nos dados das vencedoras. O certame do governo federal foi feito por causa das enchentes do Rio Grande do Sul.

Em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o ex-secretário disse que a perspectiva também era compartilhada por parte da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Geller foi perguntado por congressistas sobre de quem foi a decisão de realizar o leilão. Respondeu que não partiu de alguém específico, mas do “âmbito da Casa Civil”.

Durante a audiência, o ex-secretário, que foi ministro da Agricultura de 2014 a 2015, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), voltou a demonstrar descontentamento em relação ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a quem era subordinado.

A saída de Geller da secretaria foi permeada por idas e vindas. A princípio, o ministro havia dito a jornalistas que o ex-secretário tinha decidido deixar o cargo. Depois, Geller declarou que não tinha pedido para sair e teve sua demissão assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O ex-deputado afirmou que foi notificado sobre a demissão por meio de um e-mail encaminhado do gabinete do ministro da Agricultura para a Secretária de Política Agrícola.

[Fávaro] Poderia ter me afastado enquanto esclarecia os pontos”, disse. O ex-secretário afirmou ainda que expressou descontentamento a partidários do PT, como o deputado federal Marcon (PT-RS). “Não foi justo”, declarou.

Apesar das críticas, Neri Geller disse que considera legítima a preocupação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o desabastecimento. No entanto, afirmou que houve um “equívoco político” nas tratativas do certame.

Geller também disse que “não vai cair atirando” ou fazer críticas infundadas ao governo sobre o assunto.

Fonte: Poder360

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.