Ex-padre francês é condenado a 17 anos de prisão por pedofilia

'Quando um não estava disponível, estava o segundo ou o terceiro', disse o ex-padre no tribunal
'Quando um não estava disponível, estava o segundo ou o terceiro', disse o ex-padre no tribunal — Foto: Unsplash

Um ex-sacerdote francês foi condenado neste sábado a 17 anos de prisão por violações e agressões sexuais cometidas durante anos contra quatro crianças. Ele reconheceu o crime diante do tribunal. Olivier de Scitivaux de Greische, de 64 anos, foi declarado “culpado de todos os atos de violação e agressões sexuais agravadas” que lhe foram imputados e condenado a 17 anos de prisão, dez deles sem direito à liberdade condicional, anunciou o tribunal de Orléans.

Ele também confessou, pela primeira vez, violações e agressões sexuais contra outras duas vítimas em 1982, que não podem ser julgadas porque os crimes prescreveram.

Os fatos julgados remontam aos anos 1990 e 2000. Três de suas vítimas são irmãos, cujos pais regularmente convidaram o religioso para comer e dormir em sua casa, compartilhando o quarto com o filho mais velho, de 9 anos de idade, quando as agressões começaram.

Diante de uma sala de audiência lotada e na presença de numerosos líderes da Igreja Católica, os três irmãos e um amigo relataram desde terça-feira os abusos que sofreram.

— Quando um não estava disponível, estava o segundo ou o terceiro — explicou o ex-sacerdote.

Ao que disse o irmão mais novo:

— Olhe bem para suas mãos. Nas suas mãos ejaculei pela primeira vez, e são suas mãos que dão a eucaristia.

Os fatos ocorreram até o início dos anos 2000. No entanto, os primeiros alertas surgiram quando ele atuava como animador em sua diocese nos anos 1980. A Igreja Católica tem sido abalada há anos por escândalos de pedofilia em todo o mundo e frequentemente é acusada de fechar os olhos às denúncias.

Em 2021, uma comissão independente estimou que cerca de 216 mil menores foram vítimas de abusos por sacerdotes e religiosos na França entre 1950 e 2020, número que se eleva a 330 mil se forem incluídos os trabalhadores de instituições religiosas entre os agressores.

Fonte: O Globo

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