‘Estava aterrorizado’: Passageiro de 19 anos que morreu no Titan não queria embarcar; relembre quem eram os cinco tripulantes

A tragédia do Titan, o submarino da empresa OceanGate que implodiu em uma viagem rumo ao naufrágio do Titanic, faz um ano nesta terça-feira. Todos os cinco tripulantes a bordo do submersível morreram quando a pressão das águas fez a estrutura do veículo implodir, em circunstâncias ainda investigadas pela Guarda Costeira dos EUA. Saiba mais abaixo sobre cada um deles:

Os paquistaneses Shahzada e Sulaiman Dawood, pai e filho, estavam a bordo do submersível. Shahzada Dawood é vice-presidente de um dos maiores conglomerados do Paquistão, a Engro Corporation, que tem investimentos em fertilizantes, fabricação de veículos, energia e tecnologia. Segundo a família do empresário, ele e o filho Sulaiman planejaram a viagem para visitar os restos do Titanic.

Irmã de Shahzada e tia de Sulaiman, Azmeh Dawood disse ao canal de televisão NBC que o jovem aceitou ir na viagem para agradar o pai, já que a expedição iria ocorrer no final de semana em que se celebra Dia dos Pais no Reino Unido, onde a família morava. Ela disse que, antes da viagem, Sulaiman mostrou-se “aterrorizado” e hesitante antes da viagem.

— Sinto como se tivesse sido pega em um filme muito ruim, com uma contagem regressiva, mas você não sabe para o que está se contando. Pessoalmente, fica difícil enquanto penso neles — disse Azmeh, em uma entrevista feita por telefone com o canal de televisão NBC, na época do incidente.

Hamish Harding é um empresário e aventureiro britânico que morava nos Emirados Árabes Unidos. Ele era dono de uma empresa chamada Action Aviation, que compra e vende aeronaves, incluindo jatos executivos, e que confirmou que ele estava a bordo do submersível no domingo. Aos 58 anos, Harding já tinha viajado dos pontos mais profundos do planeta até o espaço, além de ter batido recordes de aviação.

No sábado, Harding compartilhou em suas redes sociais que o mergulhador Paul-Henri Nargeolet iria viajar com ele no domingo. A CBC News conversou com Larry Daley, um mergulhador de St. John’s, que também disse que Nargeolet estava na expedição.

Apelidado de “Sr. Titanic” por ter visitado os arredores do naufrágio cerca de trinta vezes, o especialista participou das primeiras expedições que, após a descoberta dos destroços do navio em 1985, facilitaram a extração dos primeiros objetos a 3.800 metros de profundidade nas águas do Atlântico Norte.

Durante a primeira parte de sua carreira, Paul-Henri Nargeolet atuou como oficial da Marinha francesa. A grande virada na vida dele aconteceu em 1986, quando se tornou responsável pelos submarinos que viajavam em águas profundas, do Instituto Francês de Pesquisas para a Exploração do Mar (Ifremer).

A quinta pessoa a bordo era Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate, a empresa que está por trás do submersível e da missão de exploração dos destroços do Titanic, atualmente alvo de uma investigação da Guarda Costeira. Ele estudou ciências naturais e engenharia química em Cambridge.

Num vídeo gravado para a CBC de Newfoundland há cerca de dez meses, Stockton Rush mostrou detalhes do interior do submarino Titan. Ele recebeu treinamento como piloto aéreo, de acordo com a Sky News, e se tornou o mais jovem piloto de jatos do mundo, quando tinha apenas 19 anos.

Em 2019, o CEO da OceanGate descreveu a indústria de submersíveis como “obscenamente segura” e reclamou que a regulamentação para este tipo de embarcação de passageiros atrasa a inovação.

“É obscenamente seguro, porque eles têm todos esses regulamentos. Mas também não inovou ou cresceu – porque eles têm todos esses regulamentos”, afirmou Rush à Smithsonian Magazine.

Fonte: O Globo

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