Erro humano criou ‘Porta do Inferno’: fosso de fogo arde a mais de 400° há 50 anos, no Turcomenistão

Cratera no Turcomenistão
Cratera no Turcomenistão — Foto: Alessandro Belgiojoso

Durante a década de 1970, um grupo de trabalhadores da então União Soviética estava explorando um campo na província de Dsoguz em busca de gás e petróleo sob o solo. Após uma série de perfurações, uma parte do perímetro começou a rachar e criou-se uma cratera – conhecida como Darvaza – com 70 metros de largura e 20 metros de profundidade.nistão. Trata-se de um buraco de fogo que está aceso há mais de 50 anos devido a um erro humano.

Durante a década de 1970, um grupo de trabalhadores da então União Soviética estava explorando um campo na província de Dsoguz em busca de gás e petróleo sob o solo. Após uma série de perfurações, uma parte do perímetro começou a rachar e criou-se um cratera – conhecida como Darvaza – com 70 metros de largura e 20 metros de profundidade.

Do interior dos orifícios começou a sair gás metano, então os trabalhadores incendiaram o local na esperança de que se apagasse rapidamente. No entanto, isso não aconteceu, e, até hoje, o fosso permanece com chamas que dão a impressão de estar na entrada do próprio inferno, conforme concebido pelo cristianismo.

A partir de então, o espaço desértico tornou-se uma atração turística que atraiu milhares de curiosos de todo o mundo. No entanto, em 2022, o presidente da nação, Gurbanguly Berdymukhamedov, decidiu fechar o acesso à Porta do Inferno por dois motivos.

O escape de gás para a atmosfera pode se tornar poluente. Por isso, o poder Executivo levou em conta a proteção da saúde dos habitantes que residem nas cidades vizinhas. Em segundo lugar, o Turcomenistão é um país dependente da exploração de combustíveis fósseis, então esse vazamento poderia causar uma enorme perda de metano. Além disso, ameaçaria o esvaziamento de suas próprias reservas.

Como solução para extinguir o fogo contínuo, foram propostas diferentes ideias, como lançar bombas, o que já foi descartado. Dois anos depois, o incêndio ainda não foi apagado, e o governo segue na busca por uma solução definitiva. Muitos sugerem tapar os dutos de onde vem o gás, mas até o momento não se tem conhecimento de como é composta essa rede.

O presidente do Turcomenistão disse à AFP: “Estamos perdendo recursos naturais valiosos dos quais poderíamos obter benefícios significativos e usá-los para melhorar o bem-estar de nosso povo”.

No interior da cratera, a temperatura varia de 400° Celsius a 1000°, dependendo do ponto em que se encontra. Em 2023, o canadense Kourounis desceu e fotografou [com a proteção adequada] o interior deste buraco. Junto com uma expedição da National Geographic, seu objetivo era coletar amostras de solo para análise e descobrir se existem formas de vida resistentes ao calor.

Por sua vez, o colega de Kourounis, o microbiologista Stefan Green, descreveu como é a profundidade dessa cavidade: “O brilho alaranjado das chamas faz com que o solo seja completamente alaranjado e as paredes do cratera pareçam alaranjadas. Realmente me lembra de estar em um lugar como Marte, onde você tem esse solo alaranjado ou vermelho. Tem apenas outra sensação terrena”.

Dessa forma, apesar dos esforços do governo do Turcomenistão em atrair cientistas estrangeiros para descobrir como apagar o fogo, a Porta do Inferno continuará queimando até que uma solução seja encontrada.

Fonte: O Globo

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