Enchentes: chega a 19 o número de casos confirmados de leptospirose no RS

Secretaria de Saúde do DF - padioleiros e condutores de ambulância -  (crédito: Breno Esaki/Agência Saúde-DF)
Secretaria de Saúde do DF - padioleiros e condutores de ambulância - (crédito: Breno Esaki/Agência Saúde-DF)

Porto Alegre — Já são 19 pessoas diagnosticadas com leptospirose no Rio Grande do Sul, além de outras 304 suspeitas de estarem infectadas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (20/5) pela Secretaria Estadual da Saúde, que confirmou também a morte de um homem de 67 anos pela doença. O caso foi registrado na última sexta-feira (17) no município de Travesseiro, no Vale do Taquari, onde outras três pessoas recebem tratamento médico pelo mesmo motivo. 

Segundo o Ministério da Saúde, a leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta com urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira. O risco de contrair a doença aumenta em casos de enchentes, onde a água fica contaminada.

“Não está havendo uma concentração dos casos e sim a distribuição por todo o estado porque muitas cidades foram afetadas (pelas enchentes). Vai aumentar (o número de casos) com certeza, estamos estudando a magnitude desse aumento para ter uma previsibilidade de casos ainda no mês de maio”, explicou ao Correio, Roberta Vanacor, chefe da Vigilância Epidemiológica do RS.

A especialista alerta que a doença tem tratamento e que as mortes podem ser evitadas. “Existe tratamento, é efetivo, desde que feito nos primeiros três dias de sintoma”, comenta Vanacor. Os principais sintomas são febre, dor no corpo, dor nas panturrilhas e dor nas costas. Caso a pessoa tenha tido contato com a água contaminada e apresente um desses sinais, a orientação é procurar imediatamente atendimento médico. 

O óbito confirmado no domingo (19) foi o primeiro desde o início das fortes chuvas. O paciente estava com sintomas desde 9 de maio e demorou a conseguir ajuda. O motivo, segundo Vanacor, é que ele estava em uma região com muitos deslizamentos de terra, o que dificultou a locomoção até uma unidade de saúde. 

A chefe de Vigilância Epidemiológica do estado ainda afirma que a rede de saúde está atenta para diferenciar os diagnósticos de leptospirose do de dengue — pois os sintomas são similares. De acordo com ela, testes específicos identificam as doenças e o hemograma auxilia na diferenciação entre elas. Ainda de acordo com a especialista, apesar de muita concentração de água parada, os casos de dengue não estão aumentando. O motivo é que o frio gaúcho deixa o ambiente menos favorável para a proliferação dos Aedes aegypti.

Incubação 

O período de incubação da leptospirose, ou seja, intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o início das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de um a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.

“A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos”, informou o Ministério da Saúde.

Fonte: Correio Braziliense

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