Em quase duas décadas de existência, Virada Cultural de São Paulo mudou de perfil e triplicou cachês

De Leonardo e Claudia Leitte a Léo Santana, saiba quais são os maiores cachês da Virada Cultural de São Paulo
De Leonardo e Claudia Leitte a Léo Santana, saiba quais são os maiores cachês da Virada Cultural de São Paulo — Foto: Reprodução

Inspirada nas “La Nuit Blanche” evento tradicional realizado em Paris, Madri e outras cidades da Europa, a Virada Cultural de São Paulo foi criada em 2005 pelo então prefeito José Serra (PSDB), e chegará a sua 18ª edição neste fim de semana. No início, o evento consistia em 24 horas de atrações culturais, especialmente no Centro da capital, com apresentações de teatro, dança, música, circo e museus, e apostava em artistas independentes e locais.

Mas a partir de 2007, a Virada passou a ser sinônimo de shows de grandes artistas. E o valor desembolsado pela prefeitura acompanhou o aumento do público interessado nas apresentações, que são gratuitas para quem assiste.

Em 2007, o paulistano pôde curtir Pato Fu, Racionais MCs, Zélia Duncan, Ed Motta e Alceu Valença. O maior cachê, de Alceu Valença, foi de R$ 56 mil (valor próximo a R$ 145 mil se considerada a inflação do período). Já na edição de 2024, Leonardo e Claudia Leitte receberão os maiores pagamentos: R$ 550 mil cada, um gasto quase quatro vezes maior do que desembolsado pelo artista mais caro da primeira edição com artistas de peso.

O cachê dos Racionais em 2007, por exemplo, foi de R$ 33 mil, mas foram descontados 10% pelo atraso de uma hora e meia para o início da apresentação no Centro da cidade. Corrigido pela inflação, o cachê equivaleria, hoje, a R$ 85 mil. Já Zélia Duncan recebeu R$ 42 mil pelo show na época.

De lá para cá, o evento já contou com nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Pitty, Titãs, CPM 22, Nação Zumbi, NX Zero, Anitta, Elza Soares, Zé Ramalho, entre outros.

Conforme os anos foram passando, os cachês foram aumentando. Em 2019, por exemplo, Anitta recebeu R$ 300 mil para cantar no Vale do Anhangabaú, em um show lotado (valor que chega a quase R$ 400 mil considerando a inflação). Já Caetano Veloso se apresentou com os filhos Moreno, Zeca e Tom Veloso e recebeu R$ 200 mil (corrigidos, cerca de R$ 266 mil).

Em 2022, após dois anos com a Virada suspensa por causa da pandemia, Barões da Pisadinha foi uma das principais atrações, com um cachê de R$ 300 mil. Já Gloria Groove recebeu R$ 250 mil e Luísa Sonza R$ 200 mil. Na edição deste ano, a mesma Gloria Groove se apresentará novamente, dessa vez recebendo R$ 400 mil — um aumento de 20%, descontada a inflação do período.

Outra mudança no perfil da virada foi sua descentralização. Em sua origem, tinha como objetivo permitir que a população ocupasse o Centro de São Paulo por 24 horas, curtindo música, teatro, dança e leitura mesmo durante a madrugada. Mas a partir de 2016, durante a gestão Bruno Covas, o evento passou a ser espalhado por todas as regiões de São Paulo, levando nomes como Nação Zumbi e Emicida para a Zona Sul da capital e NX Zero, Elba Ramalho e Mano Brown para a Zona Leste.

Em nota enviada nesta quinta (17), a gestão afirma que a Virada Cultural “é um dos mais importantes eventos da cidade, amplamente aprovado pela população e pensado para levar cultura, sobretudo, aos bairros da periferia, além de relevante estímulo para a economia local” e afirmou que os cachês “seguem o valor de mercado, e todos os artistas são contratados mediante a apresentação de três notas fiscais para garantir o máximo de lisura nos pagamentos”.

Fonte: O Globo

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